Sociedade Moçambique deve reduzir dependência externa no sector da saúde, alerta ONG

Moçambique deve reduzir dependência externa no sector da saúde, alerta ONG

O Observatório do Cidadão para Saúde manifestou a necessidade urgente de Moçambique desenvolver estratégias para diminuir a sua dependência de ajuda externa, particularmente em face do recente corte na assistência financeira dos Estados Unidos da América. 

Esta decisão, segundo a ONG, terá um “impacto enorme” nos serviços de saúde do país.

Jorge Matine, director da organização, destacou que mais de 70% do sistema público de saúde em Moçambique, especialmente nas áreas de HIV/Sida, tuberculose, planeamento familiar e laboratórios, é financiado por doadores internacionais, com os EUA a desempenharem um papel fundamental neste apoio.

A suspensão do financiamento americano pode gerar uma “paralisação de serviços” que irá afectar gravemente a saúde da população, alertou Matine.

“É um impacto significativo. É muito difícil para o Governo, em menos de três a seis meses, mobilizar recursos suficientes para substituir os fundos americanos. Isso simplesmente não será possível,” afirmou o director, em declarações à agência Lusa.

Matine também enfatizou a importância de o governo negociar com os EUA e outros doadores um “intervalo de tempo aceitável”, entre um a dois anos, que permita uma transição gradual e a implementação de estratégias internas para a reorganização do financiamento dos serviços de saúde. O director alertou para a necessidade de preparar o país para futuros “choques”.

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“Devemos aprender que, além de choques provenientes de pandemias, também enfrentaremos choques relacionados a decisões de governos sobre os quais não temos controlo. Portanto, é crucial coordenar melhor a ajuda de modo a evitar uma dependência excessiva, enquanto se aproveita a cooperação para fortalecer o nosso sistema nacional de saúde,” concluiu Jorge Matine.