Os níveis de poupança entre a população adulta em Moçambique permanecem alarmantemente baixos, conforme revelado no último relatório de inclusão financeira do Banco de Moçambique.
Segundo os dados referentes a 2024, 80% dos moçambicanos não guardam as suas economias em contas bancárias.
O relatório indica que apenas 20% da população consegue realizar poupanças, uma percentagem que se encontra abaixo da média regional da SADC, que é de 29%. A situação coloca Moçambique num patamar intermédio em comparação com outros países da região, mas a baixa taxa de poupança formal evidencia a necessidade urgente de implementar políticas que promovam hábitos de poupança e reforcem a inclusão financeira.
A escassez de poupança tem um impacto significativo, uma vez que limita a capacidade de investimento da população, o que, por sua vez, compromete o crescimento económico do país. Entre os países da SADC, a Zâmbia, a Namíbia e o Botswana destacam-se pelo elevado nível de poupança, enquanto o Zimbabwe e Madagáscar apresentam as taxas mais baixas.
Apesar da situação desafiadora, o relatório aponta uma leve melhoria nos níveis de poupança em Moçambique. No ano passado, os depósitos totais, em percentagem do Produto Interno Bruto, aumentaram 4 pontos percentuais, atingindo um total de 49%. Este crescimento é atribuído à estabilidade dos preços durante o ano anterior, que, apesar das incertezas económicas, incentivou os agentes económicos a fortalecerem as suas reservas financeiras.