Pelo menos 13 pessoas perderam a vida e outras 19 ficaram feridas num ataque atribuído ao grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF) na cidade de Al-Fashir, no oeste do Sudão. Esta informação foi divulgada por uma Organização Não-Governamental (ONG) local.
A Rede de Médicos do Sudão, que emitiu um comunicado sobre o incidente, informou que os bombardeamentos de artilharia das RSF atingiram vários bairros da cidade, resultando em vítimas, incluindo sete crianças e uma mulher grávida. A ONG condenou os “crimes contínuos cometidos” em Al-Fashir, a capital do estado de Darfur do Norte, que se encontra numa situação sanitária precária, com a maioria dos centros médicos inoperacionais.
O comunicado sublinha que inúmeros corpos e feridos permanecem nas áreas afectadas, dificultando a avaliação precisa do número de vítimas devido à intensidade dos bombardeamentos e aos confrontos em curso.
A organização qualifica os eventos em Al-Fashir como um “crime de guerra” e um “ataque sistemático contra a vida civil”, fazendo um apelo à comunidade internacional para utilizar medidas urgentes que visem proteger os civis e abrir corredores humanitários.
A cidade de Al-Fashir abriga centenas de milhares de deslocados pela guerra e tem estado sob cerco e bombardeios incessantes das RSF desde meados de 2024. O exército sudanês intensifica a sua presença na região, uma vez que a queda da cidade poderia significar a entrega da vasta região de Darfur nas mãos dos paramilitares.
A Organização das Nações Unidas estima que desde o início do conflito em Abril de 2023, mais de 13 milhões de pessoas foram forçadas a deslocar-se, tanto dentro como fora do país, e o número de mortos ascende a dezenas de milhares, sem um registo exacto.
A cidade de Al-Fashir tornou-se uma das principais frentes do conflito, que opõe o exército sudanês, liderado pelo general Abdel Fattah al-Burhane, às RSF, sob o comando do general Mohamed Daglo.