Sociedade Inicia transferência de cemitérios da área do regadio de Chimunda

Inicia transferência de cemitérios da área do regadio de Chimunda

Iniciou, semana passada, em Govuro, o processo de transferência de cemitérios familiares da área do regadio de Chimunda para outro local, de forma a permitir o avanço das obras de edificação daquela infra-estrutura hidráulica em curso desde Março passado.

De acordo com António Guerra, coordenador do Projecto de Irrigação do Vale do Save (PIVASA), por parte do Fundo de Desenvolvimento Agrário (FDA), o processo de exumação das campas faz parte do pacote das actividades contidas no plano de reassentamento das populações que vivem no perímetro do regadio.

Neste momento, de acordo com a fonte, foram exumadas 55 campas numa operação que envolve as comunidades locais, bem como coveiros inicialmente contratados do Conselho Municipal da cidade da Maxixe.

António Guerra não avançou os custos desta operação. Explicou, no entanto, que a sua instituição foi obrigada a recorrer aos coveiros do Município da Maxixe e de uma agência funerária também local para o fornecimento de caixões, porque, de acordo com a fonte, em Govuro, particularmente Nova Mambone, exumar um corpo ou transferir cemitério, representa um grande tabu e, por via disso, ninguém esteve disponível para participar no processo embora tenha sido antes feita uma consulta pública envolvendo curandeiros locais para se levar avante esta actividade.

“A transferência dos cemitérios assim como da população é irreversível porque as máquinas da empresa encarregue da construção do regadio, já estão no terreno, dai que era, necessário buscar alternativas para mostrar as comunidades locais que tudo é possível. Foi por isso que nas primeiras operações, contratamos coveiros da Maxixe para realizarem o trabalho de remoção das campas, numa operação em que toda a comunidade participou sem pré-condições”, explicou António Fernando Guerra que, na ocasião, indicou o período de quinze dias para a conclusão do processo de transferência dos cemitérios familiares.

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Entretanto, o coordenador do PIVASA, em Chimunda, lamenta a lentidão que se verifica para o inicio da edificação das casas provisórias para a retirada da população que ainda se encontra no perímetro do regadio.

“Foi decidido que o reassentamento da população vivendo ainda na área abrangida pelo regado, deveria ser feita em casas provisórias a serem construídas nos talhões já demarcados, mas ainda não iniciou e isto pode também influenciar a conclusão das obras da construção do regadio”, referiu António Fernando Guerra.

O coordenador do PIVASA disse também que o atraso que verifica na retirada da população na área do regadio, está a afectar a execução das obras, pois, conforme assinalou, neste momento a empresa não trabalha em toda área, uma situação que vai criar espaço para que as comunidades voltem a fazer machambas onde ainda vivem.

As comunidades vivendo no traçado do regadio, já foram instadas a não fazerem ali machambas porque, conforme considerou o coordenador do projecto, tal a ocorrer significaria a continuidade das suas actividades agrícolas e, desta forma, permanecerem por mais uma campanha agrícola.

Dados em nosso poder indicam que o Instituto Nacional de Emprego e Formação profissional (INEFP)-Delegação de Inhambane, responsável pela construção das casas para o reassentamento das famílias abrangidas pelo projecto de construção do regadio de Chimunda, deverá proceder à entrega das primeiras quinze casas totalmente concluídas até ao final deste mês.

Os artesãos formados durante a construção deste primeiro lote de casas deverão, por seu turno, formar associações locais para darem continuidade da construção das restantes 90 casas previstas para a transferência de cerca de 120 famílias, que vivem neste momento no perímetro do regadio de Chimunda.

Jornal Notícias