Aliás, uma caravana artístico-cultural parte esta tarde da Estação Central dos Caminhos-de-Ferro de Moçambique, em Maputo, com destino a Marracuene. Trata-se da excursão ferroviária denominada “Comboio Marrabenta”, enquadrada no Festival Marrabenta, iniciada na noite de ontem na capital do país.
De referir que a edição do presente ano do Festival Marrabenta iniciada ontem no Centro Cultural Franco-Moçambique (CCFM) tem como cabeça de cartaz o congolês Sam Mangwana, popularizado entre nós na década de 80 com as músicas “Tio António” e “Marracuene”.
De recordar que “Gwaza Muthini” é o nome que coube à Batalha de Marracuene que teve lugar no dia 2 de Fevereiro de 1895, contra a ocupação colonial portuguesa.
Na referida batalha, os guerreiros lideradas por Nwamatibyana, Zihlahla, Mahazule, Mulungu e Mavzaya perderam a guerra a favor dos portugueses.
Um ano após a Batalha de Maracuene, em 1896, as autoridades coloniais portuguesas celebraram o “Gwaza Muthini” em memória dos soldados portugueses tombados na vitoriosa batalha. E durante as celebrações os povos submetidos gritavam “bayetee” em sinal de total submissão ao colonialista.
Aquando da independência, houve apenas três celebrações, nomeadamente em 1974, 1975 e 1976. Em 1976 foi o ano em que marcaram o fim das celebrações de “Gwaza Muthini”, uma vez que o então Estado moçambicano achou que 3 de Fevereiro era a data em que se comemorava toda a heroicidade moçambicana e “Gwaza” também podia caber no 3 de Fevereiro.
Mas por iniciativa de alguns grupos sociais de intervenção, apoiados pelo Governo as comemorações de “Gwaza Muthini” foram reactivadas no dia 2 de Fevereiro em 1994.