Sociedade Educação Educação de eleitores deve ser permanente – defende “ transparência eleitoral”

Educação de eleitores deve ser permanente – defende “ transparência eleitoral”

Educação de eleitores deve ser permanente - defende “ transparência eleitoral”
Falando num seminário preparatório da formalização daquela Organização Não Governamental (ONG),realizado em Maputo, aquele académico explicou que muitos problemas que mancham os processos eleitorais, derivam, sobretudo, dum desconhecimento pelos eleitores das leis que regem o processo, bem assim um elevado défice de educação cívica eleitoral.

“ O que nos assistimos no nosso pais ‘e que a educação cívica só ocorre nas vésperas do processo de votação. Essas campanhas não só não são abrangentes, como também pecam por serem realizadas só para o cumprimento do calendário eleitoral. O que nos propomos ‘e que este processo de educação dos eleitores deve ser um processo permanente que envolve não so as autoridades eleitorais, mas também a todas as forcas da sociedade civil. O Governo tem as suas responsabilidades, os órgãos eleitorais também, mas as igrejas, as escolas e muitos outros sectores da sociedade podem muito bem fazer a sua parte”, defendeu.

Sofiano Vicente disse ainda que Moçambique possui uma experiência muito bem consolidada de realização de pleitos eleitorais, mas lamentou o facto de ocorrerem com muita frequência ilícitos eleitorais e incidentes envolvendo eleitores.

“ Nos não podemos perpetuar essas situações sob o risco dos nossos processos eleitorais caírem no descrédito e os resultados eleitorais serem sempre motivo de suspeitas de fraude. Aqui a responsabilidade também recai sobre os principais actores políticos que muitas vezes são os protagonistas dos desentendimentos e incidentes que ocorrem nos pleitos eleitorais. As leis e regulamentos são claros, mas muitos partidos preferem não seguir as leis para provocarem conflitos desnecessários”, lamentou.

Um dos participantes ao seminário, foi mais longe ainda ao afirmar que “ muitas vezes os partidos que protagonizam tais desmandos e incidentes são exactamente aqueles que ao longo de todo o tempo que antecedeu as eleições não se prepararam, não mobilizarem as suas bases, e, antevendo uma derrota eleitoral, preferem criar falsos factos para perturbar o processo e passar a ideia de que o vencedor do pleito foi fraudulento”.

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A este respeito, Carlos Manguele, jurista, explicou que “ nenhum cidadão deve alegar o desconhecimento da lei para justificar qualquer que seja o ilícito”.

“ O pais tem estado a formar centenas de juristas de algum tempo a esta parte. São estes juristas que podem ajudar os gabinetes eleitorais dos partidos a perceberem as regras do jogo eleitoral. Os partidos passam a vida a lançar acusações uns aos outros sem qualquer fundamento legal. Acusam, mas nunca provam com argumentos legais. Politizam matérias de índole jurídico e recorrem a demagogias para fazer valer as suas posições. Temos que crescer. Temos que dar o salto e prepararmo-nos melhor para enfrentar os processos eleitorais, contribuirmos para que tais processos sejam processos transparentes, isentos, credíveis e pouco barulhentos”.

A “ Transparência Eleitoral” projecta replicar seminários de género nas regiões norte, centro e sul do pais, de modo a atrair o interesse dos eleitores sobre a importância do voto e a necessidade de todos assumirem a seriedade duma eleição para a vida do pais.

“ Vamos implantar núcleos a escala nacional e vamos envolver todos os sectores da sociedade civil nesta iniciativa que visa, acima de tudo, criar em Moçambique uma cultura eleitoral. Por outro lado, vamos trabalhar com as escolas a todos os níveis de modo a que em cada um desses estabelecimentos se criem pequenos núcleos que se preocupem com questões eleitorais. Isso vai permitir que muito cedo os jovens estudantes assumam a importância de eleições”, frisou.