Desde o início do surto em Outubro de 2023, até 9 de Junho deste ano, Moçambique enfrentou um acumulado de 16.360 casos de cólera e 38 óbitos.
Segundo dados oficiais divulgados na terça-feira à Lusa, as autoridades sanitárias de Moçambique identificaram 75 novos casos de cólera na última semana, resultando em mais uma vítima.
Segundo o mais recente relatório do Ministério da Saúde, desde o início do actual surto em Outubro de 2023 até 9 de Junho, foram registados 16.360 casos e 38 óbitos, mantendo-se a taxa de letalidade em 0,2%.
No relatório anterior, com dados até 3 de Junho, tinham sido contabilizados 16.285 casos e 37 mortes.
Dos casos acumulados até o momento, 5.630 foram reportados na província de Nampula, com 15 mortes, seguida de 2.873 em Tete, com 10 mortes, e 2.431 em Cabo Delgado, com uma morte.
Actualmente, há surtos activos da doença em distritos de Nampula, Cabo Delgado, Sofala, Maputo, e em 3 de Junho, estavam internados em unidades sanitárias do país cinco doentes com cólera, em comparação com os 17 da semana anterior.
Entretanto, pelo menos 121 pessoas morreram devido a ondas de desinformação sobre o surto de cólera em Moçambique, conforme dados oficiais tornados públicos desde Outubro.
A maioria das vítimas, 98 pessoas, morreu em um trágico incidente em 7 de Abril, quando um barco que saía do posto administrativo de Lungo, no distrito de Mossuril, província de Nampula, com destino à Ilha de Moçambique, naufragou, resultando na morte de 55 crianças, 34 mulheres e nove homens.
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, visitou o posto administrativo de Lunga para confortar as famílias afectadas, reforçando a importância de combater a desinformação.
Para além dos óbitos directos causados pelo surto, mais 23 pessoas morreram desde Outubro de 2023 em resultado de ondas de desinformação sobre a cólera, indicou o comandante-geral da polícia moçambicana, Bernardino Rafael, em 17 de Janeiro.
Líderes comunitários e técnicos de saúde têm sido alvo de violência por parte da população sob alegações infundadas de disseminarem a doença nas comunidades.