Sociedade Ambiente político pode retrair investimentos em Manica

Ambiente político pode retrair investimentos em Manica

Empresários sul-africanos presentes na Conferência Internacional de Investidores para a província de Manica, que teve lugar há dias em Sandton, cidade turística de Joanesburgo, na África do Sul, manifestaram a sua preocupação face aos últimos desenvolvimentos político-militares no país e afirmaram-se receosos para investirem em Moçambique.

Intervindo no evento promovido pelo Governo da Província de Manica com o objectivo de atrair investimentos para a província, os empresários sul-africanos questionaram ao executivo de Ana Comoane, até que ponto a situação político-militar prevalecente no país pode influenciar o ambiente de investimentos e de negócios em Moçambique.

Respondendo a esta preocupação, a governadora de Manica, Ana Comoane, sossegou aqueles empresários afirmando não haver motivos de alarme, tendo destacado que a paz, a segurança, a estabilidade política, económica, cultural e democráticas reinantes no país, são inabaláveis e vieram para ficar porque representam a vontade de todos os moçambicanos.

A governadora de Manica descreveu os incidentes ocorridos em Muxúnguè e Gondola, nas províncias de Sofala e Manica, respectivamente, como sendo incidentes de percurso, os quais, segundo ela, embora preocupantes, ninguém está interessado em perpetuá-los dai que não vão pôr em causa a paz, a instabilidade e o investimento que o país pretende cada vez mais fortes e duradouros.

Intervindo diante de mais de 70 empresários sul-africanos presentes no evento, realizado na maior cidade sul-africana, a capital da província sul-africana de Gauteng, Comoane sublinhou que Moçambique e a província de Manica tem ambiente favorável para acomodar com segurança, o investimento estrangeiro de curto, médio e longo prazos.

Comoane, que reiterou tais afirmações em conferência de imprensa aos jornalistas presentes no evento, declarou estar ciente de que esforços estão a ser envidados no sentido de se ultrapassar a presente tensão política que abala o país, sobre o qual voltou a defender vigilância popular para desencorajar focos de desobediência civil.

Ainda sobre esta matéria, o alto comissário de Moçambique na África do Sul, Fernando Fazenda, declarou que a paz veio a Moçambique para ficar e que os incidentes de Muxúnguè não podem ser interpretados como sendo o fim da estabilidade politica que todos os moçambicanos estão interessados em preservar.

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Semana finda o secretário-geral da Renamo, Manuel Bissopo apareceu em Manica escoltado por um forte contingente de homens fardados e armados, facto que criou um ambiente de pânico e instabilidade. Os referidos homens armados acabaram sendo desarmados e detidos, mas a Polícia da República de Moçambique foi obrigada a redobrar esforços e meios para conter os ânimos daqueles homens.

Tal situação ocorreu dias depois de tais homens armados terem atacado e assaltado um Posto Policial, em Muxúnguè, provocando a morte de quatro pessoas e ferimento de outras. Dias depois, homens armados atacaram e vestidos a uniforme da Renamo assaltaram viaturas na EN-1, acto que culminou com a morte de pelo menos três pessoas.

Naquele fórum, os empresários sul-africanos solicitaram o executivo de Manica maior celeridade nos procedimentos de licenciamento bem como a oferta de incentivos fiscais mais atractivos, se província pretende seja destino preferencial do investimento estrangeiro, com particular incidência ao sul-africano.

Os empresários sul-africanos questionaram também ao Governo de Manica sobre as garantias e ambiente fiscais que Moçambique oferece ao investimento nos seus mais variados sectores, com particular incidência a agricultura, agro-indústria, pecuária, importações e exportações e segurança.

Sobre esta e outras matérias colocadas ao plenário, os membros do executivo de Manica apresentaram as potencialidades e oportunidades para o investimento disponíveis na província, bem como o leque de garantias fiscais e legais que o Governo moçambicano coloca no capítulo de investimento, assegurando que tudo está acautelado para o sucesso das iniciativas de investimento estrangeiro no país.

Debruçando-se sobre os incentivos fiscais, os directores provinciais da Indústria e Comércio e dos Recursos Minerais e Energia, designadamente Acácio Foia e Olavo Deniasse, explicaram que Moçambique possui uma legislação que encoraja e desburocratiza o investimento, uma vez estar ciente de que este é um dos caminhos a seguir no seu projecto de luta contra a pobreza e promoção do desenvolvimento económico e social.

Jornal Notícias