Internacional Hamas promete resposta imediata ao plano de Trump para Gaza

Hamas promete resposta imediata ao plano de Trump para Gaza

O movimento islamita palestiniano Hamas revelou que irá anunciar “muito em breve” a sua posição sobre o novo plano proposto pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o intuito de pôr fim à guerra na Faixa de Gaza.

Durante uma entrevista à televisão do Qatar, Al Jazeera, um dos líderes do Hamas, Mohamed Nazzal, sublinhou que o grupo “não aceita ameaças, ditames ou pressões”, em resposta a solicitações de governos e instituições internacionais para aceitarem a proposta apresentada.

Nazzal garantiu que a resposta do Hamas “não será adiada” e terá em consideração os interesses dos palestinianos, bem como as questões estratégicas e políticas envolvidas. O dirigente reiterou que o movimento está comprometido com a obtenção de um acordo, afirmando que “tempo é sangue”.

A guerra iniciada por Israel em Gaza, com o objectivo de erradicar o Hamas, resultou até ao momento em pelo menos 66.225 mortos e 168.938 feridos, a maioria civis, segundo as autoridades locais, números que a ONU considera fidedignos. Esta escalada de violência ocorreu após um ataque a território israelita que causou cerca de 1.200 mortes e 251 reféns.

Nazzal também expressou possuir várias observações críticas relativamente ao plano, que chegou ao Hamas na noite de segunda-feira, defendendo o direito do movimento de expressar opiniões sobre a proposta num contexto de “diálogo e debate”. O líder rejeitou ainda a ideia de que uma trégua implicaria uma renúncia aos direitos dos palestinianos.

Recomendado para si:  Alemanha prende três suspeitos de Hamas por planear ataques a instituições judaicas

A televisão britânica BBC noticiou que Izz al-Din al-Haddad, líder da ala militar do Hamas em Gaza, informou aos mediadores para um cessar-fogo que não concorda com o plano de Trump, considerando-o uma tentativa de eliminar o Hamas, independentemente da aceitação do movimento.

O plano de 20 pontos apresentado por Trump, já aceito por Israel, prevê que o Hamas se desarme e não tenha qualquer papel futuro no governo da Faixa de Gaza. Apesar de algumas vozes dentro da liderança política do Hamas no Qatar estarem abertas a aceitar o plano com alterações, a sua influência é considerada limitada, dado que não controla os reféns detidos pelo grupo.

Estima-se que 48 reféns continuam em cativeiro no território palestiniano, dos quais apenas 20 estão vivos. A BBC também reportou uma falta de confiança por parte do Hamas em relação à promessa de Trump de que Israel cumpriria os termos acordados, uma vez que temem que Telavive retome as suas operações militares após a libertação dos reféns.