Ao que apuramos de fontes familiares, as últimas discussões tiveram como origem mensagens enviadas e chamadas telefónicas feitas para o telefone de Wazir pela ex-namorada deste.
Maria Orlanda, mãe do jovem, disse ontem ao nosso Jornal que o seu filho terminou uma relação com uma rapariga no primeiro semestre do ano passado, altura em que intensificou o seu envolvimento com a Célia Lhaluco, com quem planeava constituir família, brevemente. Tudo se desenrolava a contento até que recentemente a malograda leu, no telefone do namorado, mensagens e chamadas telefónicas feitas pela antiga parceira de Wazir.
Uma tentativa de busca de solução do problema teve lugar no domingo, sob mediação de uma vizinha. No fim, o diferendo parecia ter sido ultrapassado e os dois namorados terão sido vistos terça-feira à noite numa das barracas do bairro.
Contudo, pouco depois da meia-noite, no interior de uma viatura VW, cor preta, pertencente a Wazir, a malograda terá deitado gasolina sobre os dois, ateando fogo em seguida. Na altura afirmava, segundo relatos feitos à mãe por testemunhas, que “chega de andares a trair-me, vamos morrer juntos”.
Maria Olinda, visivelmente abalada com o que aconteceu, contou a fonte que foi na tentativa de evitar a morte da namorada, já em chama, que o seu filho contraiu ferimentos na parte frontal do corpo.
Noé Lhaluco, irmão mais velho da malograda, disse à nossa Reportagem que não se sabe, ao certo, como é que tudo aconteceu, embora haja na família quem avente a possibilidade de ter se tratado de assassínio. “Só as investigações dirão o que realmente aconteceu. O que sabemos é que estava com o namorado com quem terá discutido por alguma razão”, sublinhou.
A jovem, que deixa dois menores de 8 e 12 anos de idade, vai a enterrar esta manhã no Cemitério de Lhanguene, antecedido de velório na casa dos pais junto ao campo do Clube Desportivo 1º de Maio.
Policia Diz Que Houve Assassinato
Se para as duas famílias, a morte daquela jovem e ferimento do namorado ainda carece de explicação, para a Polícia o cenário está explicado. Orlando Mudumane, porta-voz da Polícia a nível da capital, disse ao nosso Jornal que o jovem deitou combustível sobre ela e a namorada e ateou fogo.
Mudumane não indicou que elementos a corporação possui para acreditar na hipótese de assassinato.
A versão da Polícia é rebatida por algumas pessoas na zona que não conseguem entender por que é que o jovem tomaria a decisão de matar a namorada, queimando-a, no seu próprio carro em plena Avenida das FPLM e junto da ruela que dá acesso à casa da sua mãe.