Respondendo a uma pergunta sobre o impacto da situação da Rio Tinto na confiança dos investidores internacionais em Moçambique, o vice-ministro do Recursos Minerais, Abdul Razak, recusou referir-se directamente ao caso, mas apontou a necessidade de “estudos de viabilidade adicionais”, para a obtenção de dados fiáveis sobre a rentabilidade dos investimentos.
“Todas as empresas fazem o “due diligence” (diligências necessárias), há sempre margens de erro, é necessário fazer sempre estudos adicionais”, enfatizou Abdul Razak, citado pela Lusa.
Segundo a mesma fonte, o vice-ministro dos Recursos Minerais de Moçambique apontou o exemplo da brasileira Vale, que, disse, estudou com profundidade o potencial das concessões de carvão que explora na província de Tete.
“A Vale gastou 80 milhões de dólares em estudos de viabilidade adicionais para apurar as reservas da sua concessão, apesar de já haver estudos bem feitos no tempo colonial e depois da independência”, afirmou Abdul Razak.
Sobre os problemas logísticos que estiveram na origem dos prejuízos registados pela Rio Tinto, Razak afirmou que o Estado moçambicano instituiu um “fórum” de consulta com as empresas do sector de mineração, que têm sido informadas sobre o ponto de situação de construção de infra-estruturas de escoamento da produção.
Entretanto, sabe-se que a Vale Moçambique, outra concessionaria do carvão mineral está a trabalhar para a viabilização de um projecto de construção de uma linha férrea entre Tete e o porto de Nacala, na província de Nampula, para garantir o escoamento do mineral.