Tecnologia Moçambique cria estrutura nacional para responder a incidentes de segurança cibernética

Moçambique cria estrutura nacional para responder a incidentes de segurança cibernética

O governo de Moçambique está a dar um passo significativo na defesa digital do país, através da criação de Equipas de Resposta a Incidentes de Segurança Cibernética (CICERC). Estas equipas irão operar a nível nacional, sectorial, provincial, institucional e municipal.

A iniciativa está integrada na Estratégia Nacional de Segurança Cibernética e tem como propósito garantir uma melhor protecção das informações sensíveis e das infra-estruturas críticas do país. A informação foi divulgada por Igma Macule, inspectora-geral do Ministério das Comunicações e Transformação Digital, durante o lançamento do mês de consciencialização sobre segurança cibernética, que teve lugar em Maputo.

Macule salientou que a iniciativa visa estabelecer um mecanismo nacional para promover, partilhar, cooperar e coordenar acções em matéria de segurança cibernética. Este mecanismo responderá com agilidade às ameaças que se tornam cada vez mais avançadas, especialmente com o uso da inteligência artificial por parte de criminosos digitais.

“Para prevenir e responder a incidentes cibernéticos, é essencial a partilha de informação, coordenação e colaboração entre as equipas. Está em curso a consolidação da Rede Nacional do CICERC”, afirmou Macule.

O CICERC terá a missão de monitorar ameaças, coordenar respostas a incidentes e fornecer suporte técnico, trabalhando em estreita colaboração com parceiros nacionais e internacionais. No âmbito da mesma estratégia, encontraram-se a ser implementados programas de sensibilização destinados a crianças e jovens nas escolas primárias e secundárias, grupos etários que têm sido mais afectados por abusos no espaço digital.

A inspectora-geral também destacou a capacitação de 2.685 técnicos em criação e gestão de equipas de resposta a incidentes, que representa um dos resultados concretos da Estratégia Nacional.

Lourino Chemane, presidente do Conselho de Administração do Instituto Nacional de Tecnologias de Informação e Comunicação (INTIC), realçou a prioridade que o Executivo atribui a esta questão. “Este evento assinala o início de actividades que decorrerão ao longo do mês de Outubro, evidenciando o empenho do governo em preparar a sociedade para enfrentar os desafios da segurança cibernética e combater eficazmente os crimes digitais.”

Presentes no evento esteve também Antonio Vivo, chefe do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), que reafirmou o apoio da organização a Moçambique. “O nosso objectivo é disseminar boas práticas, estratégias e conhecimentos que permitam ao país prosseguir a sua transição digital em segurança, protegendo o que tem de mais valioso: a sua unidade, as suas famílias e o seu futuro.”

O evento contou ainda com a assinatura de um memorando de entendimento entre o INTIC e o Centro de Formação Jurídica, destinado a promover iniciativas conjuntas de capacitação, investigação aplicada e intercâmbio de conhecimentos no setor das tecnologias de informação e comunicação.