É que para além da referida empresa estar a funcionar no interior da TIAUTO em regime de monopólio, todas as viaturas que passam por este terminal são “obrigadas” a estampar as matrículas dos seus veículos com aquele operador, facto que, na óptica dos restantes operadores, é injusto e até, de certa forma, ilegal, na medida em que os restantes não beneficiam desta protecção das alfândegas.
São no total 14 empresas licenciadas pelo Governo, através do Instituto Nacional de Transportes Terrestres, INATER, para o exercício da actividade de estampamento das novas matrículas em vigor no país.
Face ao aparente monopólio detido pela empresa que funciona no interior da TIAUTO, os mesmos dizem estar à beira da falência, na medida em que não há negócio.
O assunto já se arrasta há dois anos e parece não haver solução à vista.
As empresas lesadas por este negócio obscuro dizem que investiram milhões de meticais para aquisição de equipamento.
“Só com a compra de equipamento, gastámos mais de um milhão de meticais. Ainda estamos a pagar ao banco. Mas, sem negócio, não sabemos como liquidar o empréstimo”, desabafa um dos estampadores oficiais na cidade de Maputo.
Entretanto, o Instituto Nacional dos Transportes Terrestres, INATER, por sinal instituição que licenciou várias empresas para este tipo de actividade, diz que as preocupações apresentadas podem ser legítimas mas lamenta o facto do assunto ter ido parar nos órgãos de comunicação social antes de ser canalizado às instituições competentes.
“Estamos a ser colhidos de surpresa. Não sabíamos do problema. As empresas que se dizem lesadas nunca se aproximaram para expor o assunto, embora tenham os nossos contactos”, explicou Aurélio Cossa, engenheiro mecânico do INATER.
Contudo, Cossa prometeu investigar o caso e tomar as devidas medidas previstas no decreto que regula esta actividade.