O mesmo bando semeou terror ao longo da estrada nacional número 1, na região de Muxúnguè, distrito de Chibabava, onde estavam afectos os dois polícias. As principais vítimas destes malfeitores eram comerciantes locais e do distrito vizinho de Machanga que, vezes sem conta, eram obrigados a deslocar-se às cidades da Beira ou Chimoio ou ainda para o distrito do Búzi a fim de depositar ou levantar avultadas somas monetárias, já que em Muxúnguè não existe nenhum banco. Pelo caminho eram assaltados.
De acordo com a sentença deste caso, cujo processo ostenta o número 29/5ª/2012, ficou provado no tribunal acima referido que os agentes, ora condenados, alugavam as suas armas a malfeitores durante algumas horas, principalmente no período nocturno, e, em troca, recebiam 15 mil meticais por cada aluguer. Ficou ainda provado no tribunal que Adamo Titosse e Joaquim Munogaripe, para além de alugar as suas armas, também recrutavam pequenos meliantes e os transformavam em perigosos cadastrados, treinando e ensinando-os a manejar armas. Isso mesmo! Jovens detidos em Muxúnguè na sequência de furtos simples no distrito de Chibabava eram “moldados” pelos dois agentes, não para retornarem ao convívio social, como cidadãos exemplares, e sim para retornarem como perigosos cadastrados. Num campo de treino por eles improvisados, os seus “alunos” eram ensinados a atacar as suas vítimas usando as mãos e pistolas.