Na sequência do segundo aniversário dos ataques que deram início à guerra em Gaza, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, reiterou o seu apelo à libertação imediata e incondicional dos reféns mantidos pelo Hamas em Israel.
Durante a sua intervenção, Guterres enfatizou a urgência desta questão, pedindo ao grupo extremista palestiniano que libertasse os reféns “incondicionalmente e imediatamente”.
“Acabemos com o sofrimento de todos. Esta é uma catástrofe humanitária de uma magnitude incompreensível. Deixem de fazer com que os civis paguem com as suas vidas e o seu futuro. Após dois anos de trauma, devemos escolher a esperança. Agora”, afirmou Guterres, destacando a necessidade de uma resolução pacífica para o conflito.
Os ataques realizados pelo Hamas no sul de Israel, que ocorreram há dois anos, resultaram na morte de cerca de 1.200 pessoas e no rapto de 251 cidadãos, levados como reféns para Gaza. Em resposta, o exército israelita lançou uma ofensiva contra o Hamas, que já provocou mais de 67.100 mortes no enclave durante este período, levando a acusações de genocídio contra Israel.
Recentemente, representantes do Hamas e de Israel iniciaram negociações indirectas no Egito sobre um plano proposto pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que visa encerrar o conflito. Este plano de 20 pontos inclui a libertação dos reféns, um cessar-fogo, o desarmamento do Hamas, a retirada das tropas israelitas e uma administração internacional transitória da Faixa de Gaza.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, manifestou a sua aceitação do plano, enquanto o Hamas indicou que aceitava algumas condições e desejava negociar outras.
Na mensagem comemorativa, Guterres incentivou as partes a aproveitarem a proposta norte-americana, considerando o conflito como “trágico”. O secretário-geral sublinhou a necessidade de um cessar-fogo permanente e de um “processo político credível” que permita evitar mais derramamento de sangue, abrindo caminho para a paz.
Guterres recordou a memória de todas as vítimas e apelou à unidade para alcançar uma paz justa e duradoura, onde israelitas, palestinianos e todos os povos da região possam coexistir em segurança, dignidade e respeito mútuo. O chefe da ONU também denunciou as “condições deploráveis” enfrentadas pelos reféns que continuam cativos em Gaza, dois anos após os ataques.