Sociedade Moçambicano reforça estratégia nacional para combater efeitos das alterações climáticas

Moçambicano reforça estratégia nacional para combater efeitos das alterações climáticas

O Presidente da República de Moçambique, Daniel Chapo, afirmou que o governo está a intensificar esforços na construção de infraestruturas resilientes com o objetivo de mitigar os efeitos de eventos climáticos extremos, como ciclones, cheias e secas, que têm ocorrido com maior frequência e intensidade no país.

Durante a sua intervenção, Chapo destacou que “estamos a ser devastados por vários eventos climáticos” e que estão a ser implementadas “infraestruturas de defesa e retenção de ondas de cheias, sistemas de pré-aviso e outras iniciativas” que visam reduzir as perdas humanas e materiais, bem como aumentar a produtividade em diversos sectores económicos e sociais.

O Chefe de Estado sublinhou a necessidade de uma gestão eficiente de desastres, mencionando que já foram adoptadas diversas estratégias, com várias acções em curso. Neste contexto, fez ênfase no trabalho do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres, que tem como objectivo fortalecer os sistemas de gestão de água e implementar a iniciativa “Um distrito, Uma Estação Meteorológica”.

Chapo pronunciou-se durante a abertura do XVI Simpósio de Hidráulica e Recursos Hídricos e XI Congresso de Planeamento e Gestão das Zonas Costeiras da Comunidade de Língua Portuguesa (CPLP), que se realiza na capital moçambicana. O estadista revelou que está em desenvolvimento a criação de uma unidade para o controlo de cheias e secas, bem como a revitalização dos comités locais de gestão de riscos e desastres.

Os dados recentes sobre as mudanças climáticas revelam que Moçambique encontra-se entre os dez países mais vulneráveis às consequências de eventos climáticos extremos, sublinhando a importância de uma acção coordenada e solidária entre os países da região. O país tem estado a partilhar experiências e informações sobre as bacias hidrográficas que compreendem Maputo, Limpopo e Zambeze.

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O governo está ciente dos desafios que ainda persistem, mas já se podem observar os frutos das acções implementadas. “Em 2016, o tempo de antecipação dos avisos de eventos extremos era de um dia; actualmente, conseguimos obter a informação com seis dias de antecedência”, afirmou Chapo, pondo ênfase na importância desta melhoria para a prevenção de perdas de vidas.

Apoiado no sexto Objectivo de Desenvolvimento Sustentável, que propõe o acesso universal a água potável e saneamento adequado, o governo moçambicano está a levar a cabo reformas estruturantes, nomeadamente a Estratégia Nacional de Desenvolvimento 2025-2044, cujo propósito é promover um desenvolvimento hídrico resiliente e inclusivo.

O documento propõe não apenas aumentar a capacidade de armazenamento de água no país, mas também elevar o acesso a água potável para 70% e a saneamento para 68%, além de reforçar a gestão integrada de recursos hídricos e proteger as zonas vulneráveis à erosão costeira.

O governo espera que o XVI Simpósio de Hidráulica e Recursos Hídricos e o XI Congresso de Planeamento e Gestão de Zonas Costeiras sirvam como uma plataforma para delinear soluções para os desafios comuns, respeitando os ecossistemas e valorizando o saber local. O evento é promovido por diversas associações ligadas aos recursos hídricos no país e no espaço da CPLP.