A partir dos finais de Abril de 2023, os postos fronteiriços de Zòbué, Muanza, Calomué e Ndiza, que estabelecem as travessias entre Moçambique e Malawi, passarão a operar sob um novo regime, conhecido como paragem única.
Esta decisão foi acordada durante um encontro bilateral que decorreu na cidade de Tete, sob a liderança do Alto-comissário de Moçambique no Malawi, Alexandre Manjate, e da Embaixadora do Malawi em Moçambique, Wezi Moyo.
Segundo informações veiculadas pela Rádio Moçambique, a implementação deste sistema visa simplificar as trocas comerciais entre os dois países, através da modernização e do estabelecimento de postos fronteiriços de paragem única, investimentos em tecnologias de comunicação e informação, reformas nas transacções internacionais, e medidas de apoio ao desenvolvimento de cadeias de valor.
Alexandre Manjate, durante a sua intervenção, destacou a importância do encontro técnico em curso, que tem como objectivo harmonizar os procedimentos a serem aplicados nas fronteiras. Manjate revelou que, numa primeira fase, parte dos serviços migratórios será transferida para as instalações malawianas, uma vez que este país já concluiu a construção das suas infraestruturas em três das quatro fronteiras com Moçambique, nomeadamente Muanza e Ndiza.
“O trabalho realizado pelas equipas foi fundamental para identificar os pontos fortes e fracos, além de elaborar relatórios que serão debatidos. Com base nesses documentos, esperamos que em breve este projecto se torne uma realidade, uma vez que os relatórios refletem a vontade de ambas as partes em operacionalizar esta iniciativa de grande importância para os nossos países e para a região”, afirmou Manjate.
Por sua vez, a Embaixadora Wezi Moyo considerou a decisão como um marco histórico e um ganho a ser celebrado, uma vez que pela primeira vez está a ser implementado um projecto que oferece benefícios mútuos para Moçambique e Malawi. “As duas delegações chegaram a um consenso sobre a implementação imediata deste programa, e estamos a harmonizar os procedimentos na expectativa de que até finais de Abril o projecto esteja em funcionamento”, afirmou Moyo.
Este programa de comércio e conectividade da África Austral, financiado pelo Banco Mundial, visa, entre outros objetivos, a redução de custos comerciais através da facilitação do comércio, melhorando a infraestrutura e o acesso ao mercado.