O governo de Moçambique continua a explorar alternativas para garantir a viabilidade das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), uma empresa que enfrenta uma grave crise há vários anos.
Recentemente, a companhia foi submetida a uma comissão de gestão, mas os desafios persistem.
Esta posição foi reafirmada pelo Ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala, durante um evento em Maputo que assinalava os 60 anos do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD). Questionado sobre o término da parceria com a Fly Modern Ark (FMA), uma empresa sul-africana contratada para reestruturar a LAM, o ministro foi cauteloso nos detalhes. Ele remeteu a imprensa para o novo presidente da transportadora, sugerindo que seria ele o responsável por apresentar os planos de futuro para revitalizar a companhia.
“Fizemos mudanças estratégicas e confiamos que as pessoas nomeadas possam melhorar a situação da LAM. Colocámos um novo presidente, alguém com credibilidade e competência, e gostaria que ele tivesse a oportunidade de esclarecer os planos futuros da empresa”, declarou o ministro.
Apesar do fim da parceria com a FMA, o governo de Moçambique continua empenhado em melhorar a transportadora aérea, com o objetivo de torná-la atrativa tanto para o sector público como para potenciais investidores privados. Magala mencionou que o Executivo está aberto a considerar diferentes modelos de gestão para a LAM, não descartando a possibilidade de deixar de ser uma empresa pública.
Contudo, ele sublinhou a necessidade de estabilizar a companhia antes de qualquer decisão estrutural, um processo que estima demorar até cinco anos.
“Assim que tivermos uma empresa com bases sólidas, estaremos em posição de discutir qual o modelo de gestão mais adequado para assegurar o sucesso da LAM e proteger os interesses de Moçambique”, acrescentou Magala.
O contrato entre a LAM e a FMA, assinado em Abril de 2023, terminou recentemente, mas até ao momento ainda não foi divulgado o relatório detalhado das actividades realizadas pela empresa sul-africana. A Fly Modern Ark tinha como missão reverter a difícil situação financeira da LAM, que na altura acumulava uma dívida de cerca de 300 milhões de dólares.
O objectivo era garantir a recuperação da transportadora e, posteriormente, definir os próximos passos para o seu futuro.
Este contexto coloca o governo moçambicano perante o desafio contínuo de encontrar soluções sustentáveis para a LAM, uma empresa que, apesar das dificuldades, continua a ser vital para o sector dos transportes no país.