A Polícia da República de Moçambique e o Instituto Nacional de Transportes Rodoviários fiscalizaram, em Maputo, as carrinhas de caixa aberta que transportam pessoas, vulgo “my love”.
O objectivo era verificar em que condições os passageiros são transportados nestes meios que têm sido a alternativa de muitos para o problema de transporte na Cidade de Maputo.
Brigadas das duas instituições do Governo escalaram a avenida Joaquim Chissano, uma das principais vias de circulação dos “my love”, na Cidade de Maputo. Verificar as condições da viatura, a superlotação e sensibilizar os motoristas e passageiros sobre a segurança rodoviária são o principal móbil da campanha conjunta das brigadas reguladoras.
As acções visam reduzir a onda de acidentes que nos últimos dias têm ceifado vidas nas estradas do país. “Nós reconhecemos a falta de transporte público na nossa cidade e no país em geral, mas não quer dizer que as pessoas devem ser transportadas feito sacos”, disse Paulo Matlhombe, chefe do Departamento de Educação Pública da Polícia de Trânsito, na Cidade de Maputo, segundo o qual estavam a conversar com os transportadores, verificar as condições físicas das viaturas e a maneira como as pessoas são transportadas. Matlhombe acrescentou que “O que queremos é evitar o derramamento de sangue nas estradas, que semeia luto nas famílias”.
Por seu turno, o Instituto Nacional dos Transportes Terrestres Rodoviários referiu que esta acção conjunta tem em vista desencorajar o transporte em viaturas de caixa aberta e consciencializar os seus proprietários a adquirirem viaturas fechadas para a actividade de transporte semi-colectivo: “Uma vez que este transportador já está neste ramo e que quer contribuir para o crescimento do país, seria bom que conseguisse viatura apropriada para o transporte de passageiros”, esclareceu Eulário Nhantumbo, do Departamento de Segurança Rodoviária no INATTER.
Durante o trabalho de fiscalização, a Polícia interpelou alguns automobilistas cujas viaturas não apresentavam condições para o exercício de transporte de passageiros. Nestes casos, os fiscais aconselharam os motoristas a cumprirem as exigências mínimas de segurança rodoviária.
Do universo das viaturas interpeladas, o denominador comum era a superlotação. Nestes casos, os proprietários das viaturas foram aconselhados a controlar a lotação e a não permitir que as pessoas viajem penduradas nas grelhas, sem segurança nenhuma.
Lionel Nhantumbo foi um dos automobilistas interpelados. Disse que, devido ao desespero das pessoas por falta de transporte público, quando saía de casa, as pessoas invadiram a sua viatura numa paragem onde havia parado para levar um amigo: “Eu pedi para as pessoas descerem do meu carro, mas negaram. Não tive saída, a não ser levá-las”, disse.
Por seu turno, os passageiros dizem que as carrinhas de caixa aberta são a única alternativa para chegarem a tempo aos postos de trabalho.
Recorde-se que, domingo último, uma carrinha de caixa aberta capotou, após embater contra uma outra viatura, na Praça dos Combatentes, quando transportava mais de duas dezenas de pessoas que regressavam às suas residências.
O País