Um cidadão de nacionalidade somali, identificado como sendo Assane Checaly, de 22 anos de idade, está detido desde semana passada na 1ª esquadra da Policia da República de Moçambique (PRM), em Nampula, indiciado de tráfico de seres humanos para a vizinha África de Sul.
A informação foi revelada, esta segunda-feira, pelo porta-voz da corporação naquela região nortenha de Moçambique, Zacarias Nacute, durante uma conferência de imprensa.
Segundo Nacute, o indiciado traficava pessoas de nacionalidade moçambicana e estrangeiros e, aquando da neutralização, estavam consigo pessoas de nacionalidade somali, prestes a entrar no circuito de tráfico.
“Este individuo recrutava pessoas das províncias de Cabo-Delgado e Nampula e, por vezes, estrangeiros somalis. De seguida, transportava-os até Maputo onde depois seguiam clandestinamente para África do Sul, para desempenhar actividades que, neste momento, estamos apurar quais“, explicou.
Baseando-se no código penal vigente no país, Nacute disse estar claro que este individuo pratica tráfico de seres humanos, pelo que, neste momento, decorrem todos os trâmites para legalização da sua prisão.
Em declarações à imprensa, Checaly, disse não reconhecer as acusações que pesam sobre si, mas reconhece estar a ajudar seus irmãos somalis a entrarem em Moçambique e, depois, encaminha-los para África do Sul a fim de procurarem melhores condições de vida.
O indiciado negou dar informações detalhadas à imprensa sobre a estratégia que usava para transportar as pessoas de Nampula a Maputo e para a África do Sul, mas disse que nunca pensou que a ajuda que fazia aos seus irmãos somalis para, supostamente, obterem emprego na África do Sul poderia ser considerado tráfico de pessoas.
“Não constitui verdade. Eu não trafico pessoas. Sou comerciante e tenho lojas em Nampula e Cabo Delgado. As pessoas que dizem que eu estava a traficar são meus irmãos da Somália que eu sempre ajudava a ter emprego na África de Sul. Como sabem o nosso país está em guerra“, explicou o acusado.
Ainda na semana passada, a PRM registou um assalto a mão armada contra um estabelecimento comercial, na cidade de Nampula, onde os criminosos, ainda a monte, roubaram uma viatura, computador e 200 mil meticais em dinheiro.
No mesmo período, a polícia neutralizou um cidadão indiciado de falsificação de dinheiro e, na sua posse, foram encontrados três notas de 500 meticais falsas e algum material por ele usado neste processo de adulteração da moeda nacional.
Um dado de realce, é que a província não registou nenhum acidente de viação durante o período em análise.
AIM
