Face a grave crise económica que o Malawi atravessa o Presidente, Peter Mutharika, rejeitou terça-feira o pedido de aumento salarial de 600 por cento feito pelos ministros e classificou o acto como “imoral” a pretensão que estes justificam com o aumento do custo de vida que o país está a atravessar.
Frederick Ndala, porta-voz do chefe de Estado citado pela Lusa afirmou que o conselho de ministros apresentou uma proposta pedindo a multiplicação por seis dos salários dos 20 ministros.
Os ministros de Malawi recebem actualmente cerca de 1500 dólares (cerca de 45.000 meticais) por mês, mas queriam ganhar 8800 dólares mensais equivalentes a (264 mil meticais), alegando o aumento do custo de vida.
“O presidente considerou imoral aumentar os salários dos ministros, porque o custo de vida que o país actualmente apresenta é para todos os malawianos e não apenas para eles”, disse Ndala.
“O presidente, que venceu as eleições de Maio (2014) contra a Presidente cessante, Joyce Banda, apelou aos ministros, a serem líderes exemplares, e a “desistirem do projecto de rever os seus salários, sendo certo que o chefe de Estado não tem intenção de aumentar os seus salários tendo em conta a situação do país”, esclareceu o porta-voz.
Além dos salários, os ministros gozam de um subsídio mensal de cerca de 2000 dólares (cerca de 60 mil meticais) para despesas de combustível nas suas deslocações.
Malawi, um dos países mais pobres da África Austral, o presidente Mutharika recebe cerca de 3.000 euros (cerca de 120 mil meticais), este salário mantém-se desde 2009. Os 170.000 funcionários públicos do país ganham, em média, 100 dólares (3000 meticais) por mês.