Sociedade Meio Ambiente Inhambane – Casas de Chimunda à espera da planta-tipo

Inhambane – Casas de Chimunda à espera da planta-tipo

Uma comissão multissectorial constituída pelos membros do Governo cujas instituições estão envolvidas na viabilização de acções para dar lugar à construção do regadio de Chimunda, coordenado pelo Fundo de Desenvolvimento Agrário (FDA), chumbou e devolveu quarta-feira passada, o modelo das casas de construção precária, apresentado pela Direcção Provincial das Obras Públicas e Habitação.

A planta chamada evolutiva para as referidas barracas provisórias, é do tipo III, sendo constituídas por uma casa de banho e cozinha. Esta planta não reuniu consenso da comissão dirigida pelo secretário permanente provincial, Luís Mambero, pois, segundo soubemos, além de acarretar custos elevadíssimos para a sua edificação, não há tanta necessidade de uma casa dessa natureza porque não é definitiva.

Informações em nosso poder apontam que o orçamento do modelo das casas ora chumbado, era de 15 milhões de meticais para um conjunto de 70 casas a serem construídas nos talhões já distribuídos aos beneficiários no centro de reassentamento de Chimunda-Chicudo.

Perante este cenário, a comissão governamental reúne-se, novamente, esta semana, para apreciar o novo modelo das casas provisórias elaborado pela Direcção Provincial das Obras Públicas e Habitação para posterior deliberação do Executivo de Agostinho em a sessão ordinária.

Enquanto não se decide o tipo de casas a construir, as famílias que vivem no perímetro do regadio, continuam a fazer machambas e semear culturas diversas, aproveitando as chuvas que estão a cair na região. Esta atitude constitui, igualmente, um entrave para o avanço das obras de edificação do regadio, pois, além das casas, as máquinas trabalham tentando evitar a destruição das machambas.

O coordenador do Projecto de Irrigação do Vale de Save (PIVASA), António Fernando Guerra, disse em entrevista a nossa fonte que a ligeira demora do início das obras de emergência pode embaraçar o empreiteiro que precisa de ter a área livre para as suas actividades.

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Inhambane - Casas de Chimunda à espera da planta-tipo

“Sabemos e estamos envolvidos juntamente com o Governo provincial para encontrar estratégias urgentes para viabilizar o processo de reassentamento das populações. Da parte do FDA, só espero que haja celeridade na tomada de decisões e sua implementação para que as obras do regadio avancem em toda a largura do terreno”, desejou António Guerra.

Guerra não avançou em detalhes o tipo da contribuição do FDA no reassentamento das famílias. No entanto disse que, como instituição estatal, está envolvida na disponibilização de apoio técnico para que tudo corra tal como está previsto.

“Espero que o atraso de reassentamento não afecte em larga escala as obras, porque se isso acontecer, haverá necessidade de reajustar os orçamentos uma vez que as máquinas, neste momento, não estão a trabalhar na sua plenitude porque a área não está totalmente disponível”, disse.

Um outro fenómeno que precisa de pronta intervenção do Governo, é o aparecimento de novas machambas e palhotas na área do regadio.

“A chuva é boa para os agrónomos e é má para os construtores. Enquanto uns querem a chuva para semear, outros não querem porque atrasa o andamento das obras, daí que as pessoas que ainda estão no perímetro do regadio, estão a lançar novas culturas, e outros ainda estão a construir novas casas para serem indemnizados. É isto que urge combater para não encarecer as obras do regadio assim como do reassentamento”, alertou António Guerra.