“Nós somos do ramo imobiliário. Desde 2011 que temos estado a fazer um abaixo exigindo a favor da retirada da nossa directora por tratamento desumano. Se hoje decidimos paralisar é porque não suportamos o tratamento que ela nos dá. Chama nos nomes, trata-nos por pretos ratazanas, entre outros atributos pouco abonatórios”, desabafam.
Para além da retirada incondicional da directora, eles exigem também a revisão dos contractos que até então não tem observado passos claros, favorecendo apenas o contratante em detrimento do contratado, ao ponto de serem ignorados os direitos mais básicos deste, em caso de rescisão.
Os trabalhadores por nós contactados dizem ter chegados à paralisação por verem que há morosidade e falta de interesse por parte do patronato em responder o seu pedido manifestado sob forma de um abaixo assinado.
Pouco mais de 80 trabalhadores fazem parte da lista das assinaturas a que a nossa Reportagem teve acesso, tendo como pano de fundo a retirada da directora como condição para um clima de paz dentro da empresa.
Perseguição, maus tratos e agressão verbal fazem parte do dia-a-dia dos trabalhadores da imobiliária.
Quando partiu para as ferias de natal advertiu-nos que ia a Itália e os ratos iam ficar a passear em cima das mesas mas logo que regressar viria com uma ratoeira em riste e por estas e outras razoes sentimos não haver condições de continuarmos a trabalhar com esta directora”, afirmam.
No contexto da paralisação, a nossa Reportagem ouviu o representante do sindicato local dos trabalhadores que reconhece a legitimidade das reivindicações, mas que aponta falhas a falha no que tange aos procedimentos, pois ainda estava-se no processo negocial com o patronato.
“Eles tomaram a iniciativa por pensarem que não estávamos a conduzir o processo de forma favorável e por acharem a demora demasiada, foram até à embaixada da Itália exigir a retirada da directora e hoje decidiram paralisar”,disse a fonte.
Sobre a legalidade da greve a representante do sindicato disse não terem sido observados alguns passos, pois ainda não estava esgotada a negociação.
A direcção da empresa declinou-se a prestar declarações tendo para o efeito, deixado recomendações para se vedar qualquer acesso as instalações à Imprensa.