A empresa que geria o batelão cobrava 600 meticais por viagem por passageiro. Mesmo assim, a operadora queixava-se de não estar a recuperar os custos com a operação, facto que lhe levou a resignar à prestação de serviços.
O Governo provincial da Zambézia viu-se obrigado a lançar um novo concurso público para apurar um novo gestor do batelão Lua-Lua. A decisão do Executivo visou minorar o sofrimento de pessoas, uma vez que depois da desistência da operadora, a população passou por enormes dificuldades nas suas deslocações.
A empresa que geria o batelão tinha fixado o preço de 600 meticais, mas o Governo discordou propondo metade do valor com a promessa de subsidiar a parte remanescente. Todavia, depois das duas primeiras viagens, como a promessa não foi cumprida pelo Executivo, o gestor acabou desistindo, o que veio agudizar as dificuldades de transporte para a população residente na vila sede distrital de Chinde e algumas ilhotas.
A população de Chinde pediu, há dias, ao governador da Zambézia, Joaquim Veríssimo, que trabalhou naquela região, a reposição do batelão para aliviar o sofrimento e garantir a segurança marítima entre os dois pontos.
Entretanto, o director provincial dos Transportes e Comunicações, Alberto Manharage, disse, quando abordado pela nossa Reportagem a propósito do facto, desconhecer as reais razões que ditaram a desistência da anterior gestão. Afirmou, no entanto, que a embarcação tem problemas logísticos.
Os líderes comunitários mostraram-se agastados com a ausência do batelão pelo facto de estar a encarecer a vida. Explicaram a Joaquim Veríssimo que os comerciantes se aventuram nas pequenas embarcações a remo e à vela até Marromeu para comprar produtos alimentares e outros. Uma vez os produtos colocados no Chinde são vendidos a preços altos.
Os comerciantes afirmam que a paralisação forçada do batelão Lua-Lua está a trazer muitos problemas pelo facto de não conseguirem, duma só vez, transportar grandes volumes de mercadorias nas pequenas embarcações.
Vasco Ntamuala é comerciante na vila-sede distrital de Chinde, e afirmou que era mais fácil ir a Quelimane transportar uma grande quantidade de mercadoria do que se arriscar nas canoas até Marromeu.
O batelão adquirido pelo Governo em Março do ano tem capacidade para transportar, de uma só vez, 80 pessoas, carga diversa e duas viaturas.