Sociedade Meio Ambiente Produção de arroz: Angoche tem muito potencial por aproveitar

Produção de arroz: Angoche tem muito potencial por aproveitar

Produção de arroz: Angoche tem muito potencial por aproveitar
Miguel Massunda Júnior, director do serviço distrital de Actividades Económicas em Angoche, referiu ainda que o investimento necessário para estimular o incremento dos níveis de produção e produtividade e, consequentemente, dos volumes de arroz em cada safra deve se concentrar na aceleração do esforço em curso, visando a reabilitação ou construção de novos regadios além da aquisição de mais equipamentos agrícolas, com vista à sua disponibilização aos actores de produção a vários níveis para trabalhos de lavouras.

As áreas disponíveis para a prática do arroz em Angoche são estimadas em cerca de 50 mil hectares. Contudo, a exploração concentra-se em cerca de 20 mil hectares. “Temos áreas virgens com potencial para a produção de arroz em diferentes regiões de Angoche, em particular nas localidades que se situam nas margens dos rios Meluli, Mutomote, e ainda aquelas que beneficiam da humidade de algumas lagoas naturais, como são os casos de Muziva e Gelo, esta última na zona limítrofe com o posto administrativo de Muatua, no vizinho distrito de Mogovolas. Na periferia da cidade de Angoche, destacamos os bairros de Cerema e Namarripe e não descuramos da localidade de Sangaje, riquíssima para a produção do arroz”- enfatizou o dirigente.

Embora ténue, o Executivo de Angoche está de algum tempo a esta parte, a fazer investimentos baseados em recursos financeiros do orçamento geral do Estado, visando estimular o incremento das áreas potencialmente ricas para o cultivo do arroz e consequentemente atingir níveis cada vez mais satisfatórios no que ao volume de colheitas da cultura alimentar diz respeito.

Segundo Miguel Massunda Júnior, o investimento consubstancia-se na reabilitação de sistemas de regadio para controlar as perdas de água como acontece na localidade de Parta e Ilótue. “Em parte temos uma área húmida, que segundo o último inventário tem cerca de 200 hectares, mas estamos, neste momento, a fazer a exploração de 99 hectares através do sector familiar”, acrescentou o entrevistado, ajuntando que a área explorada tem estado a subir nas últimas campanhas mercê do engajamento dos produtores.

Em Ilótue foi concluída em Novembro último a empreitada referente à reabilitação recentemente de um dos três sistemas de regadio necessários na região para garantir a produção sustentável de arroz, a fonte lamentou as grandes perdas de água que se registam na irrigação dos campos motivada por indisponibilidade, naquela localidade, de mecanismos convencionais de controlo daquele recurso.

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O entrevistado revelou que, no quadro da responsabilidade social da mineradora chinesa Haiyu Mozambique Mining Company Limitada, que está em vias de iniciar a exploração de areias pesadas de Sangaje, o distrito de Angoche vai beneficiar de mais dois tractores e respectivas alfaias para lavouras que será colocado à disposição das actividades viradas a produção de arroz naquela localidade.

Miguel Massunda Júnior precisou que o fundo de desenvolvimento agrário contemplou, no quadro da assistência que presta as províncias, o posto administrativo de Namitória onde está localizada uma das maiores baixa da província para produção de arroz. Em Parta, será criado o maquicentro onde estarão disponíveis para os produtores locais não só de arroz, os equipamentos agrícolas para trabalhar as terras.

Este esforço da parte do Governo decorre, simultaneamente, as actividades de transferência de tecnologias agrárias que está a ser efectuada por parte do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique. Pretende-se com esse esforço instar os produtores a vários níveis, a adoptar a semente de arroz denominada makassane que tem a vantagem de produzir duas épocas ao ano em razão do seu ciclo curto.

A variedade da semente foi aprovada depois de vários ensaios como propícia para as condições agro-ecológicas que os solos de Angoche reúnem no que tange à produção de arroz.

“Aliás, o nosso esforço de construir ou reabilitar os sistemas de regadio é motivado pela necessidade de duplicar os níveis de produção estimados em 28 mil toneladas, até que possamos atingir as 60 mil toneladas, o que vai fazer de Angoche uma região com uma quota elevada, visando reduzir o défice de arroz no país que se situa em 320 mil toneladas” – ajuntou a fonte.

O número de extensionistas da rede pública, no distrito de Angoche, subiu de oito para 17 com as novas admissões feitas recentemente, com o objectivo de reforçar o quadro de pessoal no sector das Actividades Económicas.

Este facto é qualificado pelo informador como sendo a garantia de maior assistência técnica aos produtores ao nível das 17 localidades que compreendem o distrito, bem assim a redução de custos com a deslocação constante dos técnicos para cobertura das zonas de produção, os quais passarão a ser usados para aquisição de insumos agrícolas.