Sociedade Meio Ambiente Deslocados começam a receber assistência

Deslocados começam a receber assistência

Deslocados começam a receber assistência
Logo nas primeiras horas os milhares de agregados, parte dos quais no local desde terça-feira, organizados em bairros de proveniência, faziam filas por baixo dos cajueiros, que servem de abrigo, para levantar algumas porções de produtos alimentares, com destaque para arroz e óleo.

Entretanto, a situação geral em consequência deste desastre natural continua longe de ser controlada, considerando o volume das necessidades humanas básicas.

Paralelamente, os militares e outro pessoal de apoio começava a movimentar-se no sentido de montar tendas para proteger os afectados e o que resta dos seus bens e da chuva que poderá cair sobre a zona a qualquer momento.

Até ontem apenas cerca de 30 famílias estavam abrigadas nas perto de 15 tendas da Cruz Vermelha.
A azáfama, complementada pela chegada de diversas agências humanitárias internacionais, durou toda a manhã, tendo abrandado às 13.00 horas quando aterraram no local os dois helicópteros que transportavam o Presidente Armando Guebuza e sua comitiva.

Na sua estada em Chihaquelane, o Chefe do Estado transmitiu uma mensagem de conforto às vítimas da calamidade, dizendo, repetidas vezes, que “estamos juntos, choramos juntos porque sabemos que perderam muita coisa”.

O Presidente reconheceu que as cheias que se abatem sobre o Baixo Limpopo, em particular, e noutras bacias hidrográficas do vasto Moçambique, provocam mortes, tendo apontado 14 óbitos registados apenas neste Janeiro. Disse igualmente que as cheias vieram atrasar ainda mais o trabalho agrícola, destruindo milhares de hectares de culturas de milho e arroz, só para dar alguns exemplos.

Na mesma perspectiva dos prejuízos, acrescentou que as calamidades destruíram escolas, colocaram professores e alunos em margens diferentes dos rios, cortaram a circulação rodoviária e propiciaram as condições para eclosão de doenças.

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Para o caso daquelas cerca de 70 mil almas, que olham para o passado recente com dor e ao futuro com incerteza, Guebuza elogiou-as por terem acatado as orientações governamentais de abandonarem quanto antes as zonas de risco.

“Obrigado por terem obedecido as orientações. Salvaram muitas vidas”, disse, acrescentando que “os que ainda continuam lá que acatem também as ordens de sair”.

O Presidente desafiou as vítimas a reporem tudo o que as cheias destruíram, nomeadamente residências, escolas e estradas. Destacou que aquelas infra-estruturas não virão de cima, mas das mãos dos próprios afectados, o que lhes vai exigir trabalho, saúde e muita paciência.

À sua saída, Guebuza disse à Imprensa que o país conta já com apoio logístico da África do Sul.

O Ministro da Saúde, Alexandre Manguele, que chegou ao meio da manhã, disse que o seu sector está a desdobrar-se ao máximo para evitar a eclosão de doenças geradas pela fraca higiene e consumo de água imprópria, bem como a malária.

Nesse sentido, garantiu que três tendas sanitárias serão montadas no acampamento, numa altura em que se esperava a chegada de um camião com cinco mil redes mosquiteiras e medicamentos. Recorde-se que estão na zona cerca de 70 mil pessoas.

Ainda na tarde de ontem começou a fazer-se o registo de crianças e de professores que abandonaram as escolas nas zonas para que arranquem com as aulas na segunda-feira.