Vice-Ministro dos Recursos Minerais, Abdul Razak, disse que o Executivo está ainda à espera do relatório que a Rio Tinto deverá disponibilizar no final deste mês, para depois iniciar uma reavaliação dos dados.
“Devo dizer desde já que a avaliação que a Rio Tinto efectuou é perfeitamente normal na geologia. É possível que uma empresa estime que tem uma determinada reserva, mas em avaliações posteriores, chegue à conclusão que os números são maiores ou menores”, frisou.
Abdul Razak escusou-se a pronunciar-se sobre quando é que, realmente, o Governo poderá iniciar a sua avaliação, considerando que não é uma questão de receber a informação e logo a seguir arrancar-se com os trabalhos.
Ele admitiu, no entanto, que uma possível redução de reservas possa a médio e longo prazos afectar as receitas previstas pela produção da Rio Tinto. “Não creio que as receitas possam ser afectadas imediatamente, mas para aquilo que são as expectativas de médio e longo prazos, sim, elas podem ser afectadas”.
De referir que, na semana passada, a empresa considerada líder no sector de mineração, disse que as suas contas em Moçambique foram afectadas em cerca de três mil milhões de euros e ficarão abaixo do previsto devido à falta de capacidade de infra-estruturas de transportes do país.
Abdul Razak garantiu que o Governo moçambicano está a trabalhar com as empresas para que a capacidade de escoamento aumente a curto e médio prazo, mas insistiu que as avaliações da Rio Tinto são uma situação normal na geologia, onde isso acontece muitas vezes.
No caso concreto de escoamento, o vice-ministro indicou existir trabalhos já avançados para a construção de duas linhas-férreas que ligarão a região mineira de Tete a Nacala. As duas infra-estruturas envolvem as companhias brasileira Vale e a britânica ENRC.
Na sequência dos prejuízos registados em Benga e no Canadá, a empresa demitiu o presidente-executivo, Tom Albanese, que vai ser substituído por Sam Walsh, e reconheceu que “uma redução desta dimensão em relação à relativamente recente aquisição de Moçambique é inaceitável”, disse o presidente Jan du Plessis.
Doug Ritchie, que liderou as aquisições em Moçambique, anteriormente denominadas Riversdale Mining Limited, também apresentou a sua demissão.