Por exemplo, Carlos Elias Ernesto, jovem de 29 anos de idade, residente na sede distrital de Machanga, disse em entrevista ao nosso Jornal que se beneficiou de 75 mil meticais do FDD, dinheiro que se destinava à compra de material de construção para revenda. Só que, segundo ele, os materiais de construção estão bastante caros no mercado, facto que o motivou a mudar de ideia tendo optado pelo negócio de sal.
‘’Achei melhor vender sal porque é um negócio que, além de ser fácil, também pode ajudar a muita gente sobretudo agora que há muita fome no distrito’’- explicou Carlos Ernesto.
Como ele, muitos outros residentes estão envolvidos no processo de troca de produtos alimentares com sal. Por exemplo, um saco de arroz de 25 quilos equivale a 15 sacos de sal, ou seja, 30 latas de 20 quilogramas.
Revelou que se inspirou no facto de ver o empreendedorismo como uma forma de combate à pobreza e não só como, também, alternativa à falta de emprego que graça a maioria da população activa no país, sobretudo os jovens.
‘’Não devemos esperar que o Governo arranje emprego para os jovens, pois temos que ser empreendedores porque além de ajudar a melhorar a vida, também ajuda a muitas pessoas carenciadas como é o caso vertente do distrito de Machanga em que milhares de pessoas precisam de ajuda alimentar’’- explicou Carlos Ernesto.
Para além de servir de troca localmente, o sal produzido em Machanga também é comercializado em quase toda a província de Sofala e um pouco pelo país.
Devido à estiagem, o distrito de Machanga produziu apenas perto de 4.300 toneladas de produtos diversos na campanha 2011/2012 contra cerca de 11.930 da campanha anterior, ou seja, 2010/2011.
Entretanto, o Governo através do INGC já acondicionou viveres estimados em 379.260 toneladas para as mais de 14.700 famílias afectadas pela fome naquele distrito.