Sociedade Meio Ambiente Uso de “planta fertilizante” é mais benéfico

Uso de “planta fertilizante” é mais benéfico

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Estudos levados a cabo nos últimos 12 anos, e publicados esta terça-feira, sugerem que os camponeses malawianos e doutras partes podem aumentar, consistentemente, as suas colheitas sem usar fertilizantes, mas usando “plantas fertilizantes”.

Para manter a produção nos seus campos de milho dos pequenos agricultores, o Malawi gasta 60 por cento do seu orçamento para a agricultura em subsídios para fertilizantes.
Para se desenvolver, o milho requer fósforo e nitrogénio, cujas grandes quantidades se encontram agora reduzidas em África, onde o uso de fertilizantes é o mais baixo do mundo.

A “planta fertilizante”, ou glicidia, uma planta leguminosa, tem a capacidade de captar nitrogénio do ar e introduzi-lo no solo, transformando-o numa forma que as plantas podem utilizar.

“Estas árvores também devolvem algum fósforo para o solo”, disse Gudeta Sileshi, o principal autor do estudo e representante para a África Austral do Centro Mundial de Agro-florestas (ICRAF), baseado no Quénia.

Mais: as folhas da glicidia devolvem matéria orgânica ao solo, aumentando assim a sua estabilidade estrutural, a resistência à erosão e a sua capacidade de reservar água. Três experiências consecutivas, iniciadas em 1991 no Malawi e na Zâmbia, mostraram que quando a gliricidia foi plantada em filas entre as filas de milho, este dava sempre boa colheita ano após ano.

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Falando à IRIN no Malawi, Gudeta disse que os pesquisadores trabalharam com 100 camponeses em distritos cronicamente pobres, como Zomba e Matchinga, na região sul, que ciclicamente sofre de seca.

Muitos campos naquela zona têm uma extensão de menos de um hectare; meio hectare requer, pelo menos, mil árvores de gliricidia para produzir o nitrogénio necessário, que pode durar até o ano seguinte. As árvores podem ser cortadas e também se pode reduzir o seu número de ano para ano, o que as coloca em estado dormente e não competem por nutrientes.