Nesse contexto, esta formação política convocou, esta segunda-feira (29), na sua sede em Maputo, uma conferência de imprensa para através dos meios de comunicação social exigir a criação da aludida legislação no sentido de os seus desmobilizados e os da Frelimo, incluindo os combatentes da luta de libertação nacional, não sejam tratados de acordo com as suas afinidades partidárias.
Segundo defendeu, irá evitar que haja descriminação dos demais combatentes que lutaram pela paz e reconciliação nacional.
O porta-voz do encontro, Ossufo Momade, disse que há distinção discriminatória entre os guerrilheiros da Renamo que militaram na guerra dos 16 anos e os combatentes da luta de libertação nacional da Frelimo, o que coloca em perigo “a paz alcançada no IV protocolo de Roma em 1992”.
Para aquele general, esta situação fragiliza a coesão e a reconciliação entre o povo moçambicano e partido no poder por causa da sua ambição pelo poder aliada à gestão danosa. Deve-se evitar que os dirigentes movidos por interesse pessoais destruam o que foi construído com muito sacrifício e entrega dos desmobilizados de guerra.
“O facto de estarmos desmobilizados não pode ser tido como símbolo da inactividade. Exigimos que se respeite o direito dos desmobilizados para evitar o uso de meios que possam prejudicar o povo”, ameaçou.
Ademais, ele referiu que os desmobilizados da Renamo são alvos de várias provocações, com motivações políticas, da Força de Intervenção Rápida (FIR) e da Polícia da República de Moçambique (PRM). Contudo, eles têm se comportado com urbanidade perante a pretensa situação.
A FIR e a PRM, nas palavras do general da Renamo, estão a ser manipuladas pelo Governo, sem em contrapartida merecerem nenhum reconhecimento como parte dos combatentes que lutaram pela independência e pela democracia.
Ossufo Momade acusou o Governo de estar a ensaiar um ataque contra o líder da Renamo, Afonso Dlhakhama, instalado no distrito de Gorongosa, província de Sofala, em demonstração de uma alegada insatisfação em relação à forma como o país está a ser gerido.
Entretanto, a “Perdiz” garante que não haverá mais guerra, mas exorta ao Executivo a respeitar a dignidade e os direitos consagrados na Constituição da República e no Acordo Geral de Paz.
Num outro desenvolvimento, Momade reiterou que há necessidade de a Renamo e Frelimo dialogarem em torno do cumprimento do Acordo de Roma que supostamente está a desrespeitados.