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Com recurso a atadores de sapatos: Criança de 8 anos enforca-se em Mecuburi

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Um menor de oito anos de idade, que em vida respondia pelo nome de Mustafá Hilário Rafael, protagonizou há dias, no posto administrativo de Namina, Mecubúri, em Nampula, um caso insólito que deixou indignada a comunidade local, ao decidir tirar a sua própria vida por via de enforcamento com recurso a atadores de sapatos no interior da residência familiar.

Segundo o jornal Notícias, o episódio teve lugar perto do meio-dia de sábado último, momentos depois de Mustafá Rafael ter regressado da Escola Primária de Namina, onde teria ido prestar uma prova de avaliação semestral.
Parentes, sobretudo vizinhos da família, contam que na hora do almoço o menor teria dito aos seus irmãos para dividirem entre si a sua comida porque, a partir daquele dia, jamais o tornariam a ver.

“Aparentemente, a advertência não comoveu a ninguém, tendo as outras crianças continuado a brincar até que meia hora depois ouviram-se gritos alertando que o petiz se havia enforcado com recurso a atadores de sapatos, amarrados no tecto da cozinha”, disse Agostinho Leite, pessoa que acorreu ao local para testemunhar o insólito.

A chefe do posto administrativo de Namina, Ana Sabonete, que igualmente acorreu ao local do sucedido, disse que o resultado da peritagem ao corpo do menor por parte de técnicos da saúde e da PIC descarta a hipótese de envolvimento de uma outra pessoa no enforcamento.

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Entretanto, os líderes tradicionais do posto administrativo de Namina convocaram um encontro para esta quarta-feira a fim de analisarem o caso, que se suspeita tratar-se do resultado de um trabalho de superstição.

Fontes do jornal  Notícias no local avançaram que na mesma família um menor de cinco anos perdeu a vida no ano passado por afogamento no interior de uma bacia com cerca de 20 litros de água, quando se encontrava a brincar, na ausência dos seus progenitores, que haviam ido à machamba.

“Sempre que se está em fase de colheita e escoamento da produção agrícola esta família regista casos insólitos e porque se trata de uma prática supersticiosa para alcançar resultados positivos na colheita e comercialização de produtos agrícolas suspeitamos que ela própria esteja a fazer magia negra, mas vamos desmistificar este caso e traremos os resultados”, assegurou o régulo Canhaua, em Namina.