Um grupo de motoristas da Yango, plataforma de transporte, manifestou a sua insatisfação em relação às condições de trabalho, que consideram insustentáveis e injustas.
Os condutores revelam que o que deveria ser uma solução inovadora para geração de rendimentos se transformou numa fonte de frustração e descontentamento.
Em declarações à TTNEWS, os motoristas relatam jornadas exaustivas, lucros em constante diminuição e a falta de segurança ao longo do exercício da função.
As recentes alterações nas regras da aplicação têm suscitado preocupações, uma vez que limitam o acesso a informações essenciais, como o valor e o destino das corridas, antes da aceitação. Além disso, a recusa em aceitar corridas implica penalizações no sistema de pontos, reduzindo a visibilidade dos condutores na plataforma.
“Estamos a ser obrigados a aceitar corridas que nos prejudicam”, lamenta um dos motoristas. A pontuação, que deveria servir como incentivo para um bom desempenho, tornou-se motivo de descontentamento, pois pequenas falhas podem resultar em perdas significativas. Um condutor expôs a situação: “Perdemos 12 pontos, se um passageiro não atender ao telefone. Isso é injusto”.
Outro aspecto alarmante é a drástica redução nas tarifas, que caíram de cerca de 60 meticais para apenas 13 meticais por quilómetro, sem qualquer ajuste em caso de congestionamentos ou aumentos nos preços dos combustíveis. Os motoristas encaram ainda elevados custos operacionais, enquanto a Yango retém 15 por cento das receitas como comissão.
A segurança tem sido um tema recorrente nas queixas dos motoristas, com relatos de assaltos e agressões enquanto prestam serviços. A eficácia do botão de emergência do aplicativo é colocada em causa, pois, conforme afirmam, esta funcionalidade só é útil em situações leves. “Quando a situação é grave, ninguém responde”, denuncia um dos condutores.
Em resposta a estas queixas, a Yango divulgou um comunicado genérico, reafirmando o seu compromisso com a segurança e a disposição para colaborar com as autoridades, desde que haja uma notificação formal.
No mesmo comunicado, a empresa mencionou funcionalidades como verificação facial e envio de rotas em tempo real, mas não abordou as preocupações centrais dos motoristas.