O Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, anunciou que 60% dos empréstimos concedidos pelo Fundo de Desenvolvimento Económico Local (FDEL) serão direccionados a projectos liderados por jovens.
A declaração foi feita na qualidade de Presidente do partido no poder, a Frelimo, durante uma Conferência Nacional da Organização da Juventude Moçambicana (OJM).
Chapo destacou que os projectos apoiados visam estimular o espírito empreendedor dos jovens e promover o desenvolvimento dos distritos e municípios do país. O FDEL estará disponível em todas as localidades, com o intuito de dinamizar as actividades económicas dos jovens, promover a geração de rendimento e democratizar o acesso ao financiamento.
O Presidente salientou que este fundo é uma iniciativa estratégica para combater os obstáculos ao crédito formal, apoiar pequenas empresas e facilitar a criação de empregos, baseando-se nas lições aprendidas com a experiência anterior. No entanto, não foi divulgada a quantia total que será disponibilizada pelo Orçamento do Estado para o FDEL.
Chapo fez uma comparação com o Fundo de Desenvolvimento Distrital (FDD), instituído há cerca de 25 anos durante a presidência de Armando Guebuza. O FDD disponibilizava anualmente sete milhões de meticais para cada distrito, com o propósito de financiar projectos que aumentassem a produção alimentar e gerassem emprego.
Contudo, a maior parte dos beneficiários nunca reembolsou os empréstimos, resultando em anos consecutivos de desaproveitamento de centenas de milhões de meticais. Com o fim do FDD, não foi realizada auditoria, e os benefícios duradouros, se existiram, não são claros. Chapo ainda não explicou como o FDEL evitará os mesmos problemas enfrentados pelo FDD.
Além do FDEL, Chapo mencionou que o governo está a preparar outras linhas de financiamento especificamente destinadas a jovens empreendedores, incluindo um Fundo de Garantia Mútua e um Fundo de Recuperação Económica.
O Presidente incentivou os jovens a pensarem em soluções para os seus próprios desafios, em vez de esperarem apenas o que o governo pode fazer por eles. Nesse sentido, apelou para proporem soluções concretas para questões como o desemprego, a escassez de habitação e o acesso à formação profissional. “Precisamos de uma OJM financeiramente robusta e livre de dependência externa”, afirmou, sublinhando a importância de tornar a organização relevante e sustentável frente aos desafios nacionais.
