O governador da província de Cabo Delgado, Valige Tuabo, anunciou a retoma das escoltas militares no troço mais perigoso da estrada provincial.
A medida surge em resposta a uma crescente ameaça de ataques terroristas que têm comprometido a actividade comercial na região.
Durante uma reunião realizada na vila de Mueda, que contou com a presença do governo provincial, representantes das forças de defesa e segurança, e empresários dos distritos do norte de Cabo Delgado, Tuabo enfatizou a gravidade da situação que poderia levar ao colapso das operações comerciais na área.
Uma comunicação enviada pela delegação do distrito de Mueda da Confederação das Associações Empresariais (CTA) ao escritório do governador alertou que as empresas poderiam interromper o uso das estradas caso a segurança não fosse assegurada. A ameaça de suspensão das actividades, prevista para durar pelo menos sete dias a contar de 21 de Julho, reflete a apreensão dos empresários face à frequência dos ataques.
Os empreendedores expressaram o seu descontentamento em relação aos repetidos ataques na Estrada Nacional 380, a principal via no norte da província, sobretudo no troço entre a vila de Macomia e o cruzamento de Ouasse. Nos ataques recentes, grupos armados bloquearam a estrada, sequestraram motoristas e passageiros, exigindo resgates para a sua libertação. As consequências são severas, uma vez que, se os proprietários dos veículos não conseguirem ou não estiverem dispostos a pagar o resgate, os veículos são incendiados e as vítimas do sequestro são executadas.
A paralisação de negócios começou na segunda-feira, levando Tuabo a deslocar-se a Mueda na terça para dialogar com os empresários. Durante a reunião, os empreendedores acusaram o governo de desleixo em relação às suas preocupações, relatando perdas significativas, com resgates atingindo até 350.000 meticais (aproximadamente 5.500 dólares norte-americanos) por veículo.
Face à pressão crescente, Tuabo anunciou que as escoltas militares iriam recomeçar ao longo da estrada Macomia-Ouasse, até que a situação seja considerada normalizada. O anúncio foi recebido com aplausos, mas os presentes exigiram que as escoltas fossem “sérias e comprometidas”.
