Sociedade Encerramento de praça ilegal em Maputo gera protestos entre transportadores locais

Encerramento de praça ilegal em Maputo gera protestos entre transportadores locais

A Avenida Julius Nyerere, localizada nas proximidades da Praça do Destacamento Feminino, na Cidade de Maputo, foi recentemente alvo de uma operação da Polícia Municipal que resultou na desactivação de um terminal de viaturas ligeiras dedicado ao transporte de passageiros. 

Esta actividade, que ganhou notoriedade nos últimos anos, é considerada ilegal pelo Conselho Municipal de Maputo.

A acção policial gerou descontentamento entre os transportadores, que, em sinal de protesto, estacionaram os seus veículos e abandonaram o local. Os transportadores expressaram a sua surpresa com a intervenção das forças policiais, que, segundo eles, utilizaram a força para exigir a sua retirada do espaço onde afirmam garantir o sustento das suas famílias.

Os transportadores questionam a decisão da edilidade, recordando que há um ano aguardam uma resposta sobre o pedido de legalização da sua associação. Além dos esforços para regularizar a sua situação junto do Conselho Municipal, os transportadores também estão a acompanhar um processo na Procuradoria-Geral da República com o mesmo intuito, estando, neste momento, à espera de um parecer favorável.

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O porta-voz da Associação Resiliente da Kulhuvuka, que representa mais de 100 transportadores, explicou: “Tivemos a orientação do procurador sobre como proceder para a legalização da praça. É verdade que ainda não tivemos nenhuma resposta, mas ficámos surpreendidos com a atitude do Conselho Municipal.”

Durante a operação policial, uma pessoa ficou ferida e duas foram detidas por desobediência. Os transportadores do conhecido “boleia paga” levantam suspeitas de que a decisão da edilidade possa estar relacionada com interesses pessoais de determinadas figuras.

Um dos transportadores salientou que, durante o mandato do anterior presidente, Eneas Comiche, a situação nunca foi questionada, apontando a estranheza da actual decisão, especialmente considerando que o novo edil, que não frequenta a Avenida Julius Nyerere, ordenou a desactivação da praça.