Sociedade Ciclone Jude causa 16 mortes e mais de 302 mil afectados

Ciclone Jude causa 16 mortes e mais de 302 mil afectados

A passagem do ciclone Jude por Moçambique já resultou em 16 fatalidades e mais de 302 mil pessoas afectadas, segundo a última actualização divulgada pelo Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD). 

Além dos mortos, as autoridades reportam duas pessoas como desaparecidas, revelando a gravidade da situação.

Os dados do INGD revelam que o número total de afectados ascendeu a 302.653, com 65.164 famílias impactadas. As províncias de Tete e Manica, que antes não estavam entre as mais afectadas, agora também registam consequências severas.

O balanço de danos materiais é alarmante: 70.163 casas foram total ou parcialmente destruídas, 988 habitações sofreram inundações, e 134 edifícios de culto foram danificados. O sector educativo também foi gravemente afectado, com 247 escolas e 674 salas de aula impactadas, resultando na interrupção do ensino para 91.629 alunos e 1.182 professores. Além disso, 18 pontes, 41 aquedutos e 101.239 hectares de áreas agrícolas foram severamente atingidos pelas intempéries.

Nos âmbitos da saúde e infra-estrutura, o ciclone Jude destruiu pelo menos 72 unidades sanitárias e danificou dois edifícios públicos, 68 embarcações, e afectou oito sistemas de abastecimento de água. A rede eléctrica e rodoviária também foi gravemente comprometida, com 1.224 postes eléctricos tombados e 2.859 quilómetros de estradas afectadas, dos quais 671,6 quilómetros estão danificados.

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O país enfrenta neste momento a época chuvosa, que vai de Outubro a Abril, e que já foi marcada por outros ciclones, como Chido e Dikeledi, que impactaram o norte do país entre Dezembro do ano passado e Janeiro deste ano, afectando cerca de 736.000 pessoas e causando danos significativos em infra-estruturas públicas e privadas.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística, eventos extremos, como ciclones e tempestades, resultaram em pelo menos 1.016 mortes em Moçambique entre 2019 e 2023, afectando aproximadamente 4,9 milhões de indivíduos. O país é considerado um dos mais vulneráveis às alterações climáticas, enfrentando não apenas cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, mas também períodos prolongados de seca severa.