As autoridades sanitárias moçambicanas alertaram para o regresso da cólera, com novos casos confirmados após um período de mais de 45 dias sem episódios da doença.
A enfermidade, que anteriormente se encontrava restrita ao distrito de Mogovolas, foi agora detectada nos distritos de Murrupula e na cidade de Nampula, além de Mopeia, na província da Zambézia.
Segundo o último relatório do Ministério da Saúde (MISAU), desde o início da epidemia, em Outubro, foram notificados um total de 466 casos positivos, representando um aumento de 120 casos desde a última actualização em 16 de Dezembro. Este aumento ocorre num contexto em que as actividades de tratamento foram temporariamente suspensas devido à vandalização do Centro de Tratamento de Cólera (CTC) de Nametil.
O MISAU revelou que, do total de casos, 418 foram registados na província de Nampula e 48 na Zambézia. O número de óbitos permanece em 29, dos quais 25 ocorreram na comunidade, o que motivou o sector da saúde e seus parceiros a activarem um alerta máximo e a intensificarem as medidas de prevenção e controlo da doença. Esta situação é ainda mais preocupante, tendo em conta que as chuvas afectam praticamente todo o país, o que pode agravar as condições de saneamento nas áreas mais vulneráveis.
Em resposta a este surto, as autoridades têm implementado uma série de acções preventivas, incluindo campanhas de vacinação e sensibilização acerca das práticas de higiene e saneamento.
O MISAU enfatiza a necessidade de educar as comunidades sobre a importância do consumo de água tratada, seja através de cloro ou fervura, assim como a lavagem das mãos com água e sabão, especialmente após o uso de latrinas e antes do manuseamento de alimentos.