A TAP anunciou mudanças nas suas operações de voo para Maputo, Moçambique, em resposta à actual crise eleitoral no país. A companhia aérea portuguesa continuará a operar três voos semanais para a capital moçambicana, mas com alterações significativas na logística das tripulações, que permanecerão na África do Sul por tempo indeterminado.
Segundo a TAP, os voos entre Lisboa e Maputo agora incluem uma escala técnica em Joanesburgo para reabastecimento e troca de tripulação. As tripulações que voam de Lisboa para Maputo descansarão em Joanesburgo e não pernoitarão em Moçambique. Após o reabastecimento, uma nova tripulação seguirá para Maputo e retornará a Lisboa no mesmo dia, sem sair do aeroporto moçambicano.
Estas medidas foram implementadas devido a preocupações com a segurança dos tripulantes, especialmente após incidentes em Novembro, quando a empresa repatriou todos os seus tripulantes de Maputo e suspendeu temporariamente as operações. A decisão de alterar o alojamento das tripulações foi influenciada pela possibilidade de intensificação dos protestos após a proclamação dos resultados eleitorais pelo Conselho Constitucional de Moçambique, prevista para 23 de Dezembro.
Os resultados preliminares das eleições, anunciados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) em 24 de Outubro, indicaram a vitória de Daniel Chapo, apoiado pela Frelimo, com 70,67% dos votos. No entanto, estas eleições têm sido marcadas por contestação, com o candidato Venâncio Mondlane a liderar manifestações por todo o país, resultando em confrontos violentos e um balanço trágico de pelo menos 130 mortos desde 21 de Outubro.
A TAP continuará a monitorar a situação em Moçambique de perto, baseando suas decisões em informações de fontes diversas, incluindo canais diplomáticos e contactos locais. As operações actuais permanecerão nos moldes estabelecidos até novas actualizações.