Sociedade Paralisação de comboios afecta mais de 22 mil passageiros em Moçambique

Paralisação de comboios afecta mais de 22 mil passageiros em Moçambique

Pelo menos 22 mil passageiros foram severamente impactados pela interrupção da circulação de comboios e automotoras entre segunda e terça-feira, resultado da colocação de barricadas nas linhas de Goba, Limpopo e Ressano Garcia. 

A situação gerou um clima de descontentamento entre os utentes, que dependem do transporte ferroviário não apenas para chegar aos seus postos de trabalho na cidade de Maputo, mas também para obter assistência médica.

Maria Macamo, residente em Ressano Garcia, era uma das muitas pessoas afectadas. Com a intenção de realizar exames de rotina para diabetes no Hospital Central de Maputo (HCM), viu a sua viagem interrompida na Estação da Machava, no município da Matola. “A viagem estava tranquila até chegarmos à Machava, onde nos mandaram descer devido à impossibilidade de prosseguir. Agora, serei obrigada a caminhar até Ressano Garcia. Não tenho onde dormir nem familiares nas proximidades”, lamentou.

Nas estações de Daniel e Matola-Gare, muitos passageiros foram forçados a regressar a casa após longas horas de espera. O professor Manuel Chavisso, que se dirigia à Escola Secundária Josina Machel, também se viu na mesma situação. “Optei pela via ferroviária porque a estrada está bloqueada. Cheguei à estação às 5.00 horas e, quando o comboio de Ressano chegou, fui informado que terminaria na Machava. Resolvi não arriscar e voltar para casa a pé”, relatou.

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A empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) confirmou, em declarações ao “Notícias”, que a paralisação ocorreu devido a vandalizações que afectaram a circulação na área metropolitana do Grande Maputo. Uma fonte interna garantiu que será reforçada a presença policial nas estações, assim como o destacamento de equipas para a remoção das barricadas, com o objectivo de garantir a segurança e restabelecer a circulação normal de pessoas e bens.