Sociedade ONU exige investigação e responsabilização por atropelamento em Maputo

ONU exige investigação e responsabilização por atropelamento em Maputo

A coordenadora residente das Nações Unidas em Moçambique, Catherine Sozi, expressou a sua preocupação em relação ao atropelamento de uma jovem por um veículo militar durante os protestos que ocorreram na quarta-feira na capital do país. 

A responsável pediu às autoridades moçambicanas uma investigação rigorosa sobre o incidente, bem como a responsabilização dos envolvidos.

Em comunicado oficial, Sozi afirmou: “Estou profundamente alarmada com os relatos de mortes e ferimentos, incluindo uma pessoa atropelada por um veículo blindado, relacionados com protestos em Moçambique.

As autoridades devem investigar esses incidentes e responsabilizar os perpetradores”. A coordenadora apelou ainda à calma e à contenção das forças de segurança, sublinhando a importância de encontrar soluções pacíficas para os desafios que o país enfrenta.

As Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) confirmaram que o atropelamento ocorreu durante uma missão de protecção de bens económicos, esclarecendo que a viatura militar actuava no contexto das manifestações pós-eleitorais.

O Ministério da Defesa, em comunicado, indicou que a jovem foi prontamente socorrida e está a receber tratamento no Hospital Central de Maputo, embora uma fonte próxima da vítima tenha informado que o seu estado é grave.

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Além do incidente do atropelamento, os protestos resultaram na morte de pelo menos três pessoas e deixaram cinco feridas devido a disparos de armas de fogo, conforme relatado pela Organização Não-Governamental (ONG) moçambicana Plataforma Eleitoral Decide. As manifestações surgiram em resposta aos resultados das eleições gerais realizadas a 9 de Outubro.

O candidato presidencial Venâncio Mondlane havia convocado a população para um movimento de contestação, sugerindo que as pessoas deixassem os seus veículos nas ruas a partir das 08:00, exibindo cartazes de protesto. “Vamos usar as nossas estradas como parques de estacionamento, com os carros cheios de cartazes”, apelou Mondlane, incentivando a população a expressar o seu descontentamento de forma pacífica.