A Administração Nacional de Estradas (ANE) apontou o excesso de carga nas viaturas de transporte de mercadorias como o principal factor responsável pela degradação acelerada das infraestruturas rodoviárias em Moçambique.
Esta preocupação foi destacada por Daniel Machai, engenheiro da ANE, durante a sua apresentação na 59ª edição da Feira Internacional de Maputo (FACIM 2024), num seminário dedicado ao estado das estradas no país.
Segundo Machai, o peso excessivo das mercadorias transportadas compromete significativamente a durabilidade das estradas, contribuindo para o desgaste precoce e, em muitos casos, para a necessidade de reparações frequentes e dispendiosas.
Esta situação tem impactos negativos não apenas na infraestrutura rodoviária, mas também na economia, ao aumentar os custos de manutenção e afectar a eficiência do transporte de mercadorias.
Para enfrentar este desafio, a ANE está a intensificar os esforços para mitigar o problema, incluindo a instalação de básculas nas estradas nacionais.
Estas básculas têm como objectivo controlar o peso das cargas transportadas, garantindo que as viaturas respeitem os limites legais e, assim, preservem a integridade das estradas.
Contudo, a eficácia desta medida depende também da implementação de instrumentos jurídicos que penalizem rigorosamente os infractores.
Machai sublinhou a necessidade urgente de aprovar e aplicar legislação que sancione os casos de excesso de carga, de forma a desincentivar práticas que colocam em risco a infraestrutura rodoviária do país.
Este alerta reflete a preocupação crescente das autoridades em assegurar a sustentabilidade e a longevidade das estradas, que são vitais para o desenvolvimento económico e social de Moçambique.
A ANE continua a apelar à colaboração de todos os intervenientes no sector dos transportes para que se respeitem os regulamentos e se protejam os investimentos feitos na infraestrutura viária.