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Queda drástica do nível de água na barragem de Cahora Bassa preocupa gestores

O nível de água na albufeira de Cahora Bassa, localizada no rio Zambeze, na província central de Tete, Moçambique, registou uma significativa redução devido à prolongada seca provocada pelo fenómeno meteorológico “El Niño”.

A Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), responsável pela exploração da barragem, anunciou em comunicado que, ao final do primeiro semestre de 2024, a barragem apresentava uma cota de 316,98 metros, correspondendo a apenas 59,2% do seu armazenamento útil na albufeira.

Este baixo nível de armazenamento é atribuído às fracas afluências devido às condições meteorológicas adversas, caracterizadas por precipitação abaixo da média na região.

A diminuição do nível da água levanta preocupações quanto à capacidade de produção de electricidade. Em resposta, a HCB iniciou, em Junho, a implementação de um plano cauteloso de gestão hidroenergética da albufeira e das infraestruturas relacionadas, com o objectivo de equilibrar a produção eléctrica necessária com a disponibilidade hídrica, minimizando assim os impactos negativos sobre a produção anual planeada.

“A produção energética da HCB desempenha um papel crucial para a estabilidade energética do país e da região. Por isso, a empresa continuará a monitorar as previsões meteorológicas de longo prazo, a evolução da situação hidroclimatológica na Bacia do Zambeze e os planos operacionais das barragens a montante. Isso permitirá ajustes operacionais oportunos na Cahora Bassa”, afirmou o Presidente da HCB, Tomás Matola.

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Apesar dos desafios enfrentados, a produção de electricidade da HCB no primeiro semestre de 2024 aumentou 4,7% em comparação com o mesmo período do ano anterior, um resultado atribuído à gestão cuidadosa dos recursos hídricos.

Tomás Matola expressou confiança quanto à capacidade da empresa de alcançar seus objectivos para este ano, mas alertou para os possíveis impactos severos no próximo ano, caso as condições meteorológicas não melhorem significativamente até o final do ano hidrológico.

“Se as condições actuais persistirem e não houver precipitação significativa entre Outubro e Dezembro, que marca o início do próximo ano hidrológico, a produção de electricidade para o próximo ano será severamente afectada”, concluiu Matola.