Um indivíduo de 31 anos, membro das Forças de Defesa e Segurança (FDS), cometeu suicídio na passada quarta-feira no bairro Quinta das Laranjeiras, no distrito de Vandúzi, província de Manica.
O trágico incidente ocorreu após uma discussão com a esposa de 23 anos, com quem tinha dois filhos. Suspeita-se que o militar tenha utilizado raticida para pôr fim à sua vida.
A esposa, com quem viveu durante seis anos, revelou ao jornal “Notícias” que tinha deixado a casa conjugal há cerca de um mês devido às constantes brigas. “Eu e o meu marido discutíamos dia e noite. Ele agredia-me, especialmente quando estava embriagado. Há um mês, decidi voltar para casa dos meus pais. Ele sempre pedia para eu voltar, mas eu negava, pois estava cansada de sofrer. Na quarta-feira, voltei para pegar a certidão de nascimento do meu filho para ir ao hospital e encontrei-o deitado na cama, ao lado de um frasco com vestígios de raticida,” explicou a esposa.
A mãe do militar, visivelmente abalada, confirmou que o filho andava agressivo com a esposa e os filhos nos últimos tempos. “Este é o segundo casamento do meu filho que fracassou. Ele sempre maltratava as esposas. Sentei-me para conversar com ele várias vezes, mas ele não mudava. No domingo foi a última vez que tive contacto com ele, quando veio almoçar comigo e os irmãos lá em casa,” contou a mãe.
José Tivane, um vizinho, relatou que já tinha intervindo em várias brigas do casal. “Na terça-feira, durante as festividades da independência, conversei com ele e trocámos uns copos de cerveja. Ele disse-me que se a esposa não voltasse naquela noite, tiraria a própria vida. E de facto, isso aconteceu,” revelou o vizinho, apelando aos cidadãos a optarem pelo diálogo para resolver os seus problemas.
O incidente trouxe à tona a necessidade de uma maior atenção às questões de violência doméstica e saúde mental, destacando a importância do diálogo e da busca de ajuda profissional para lidar com conflitos conjugais e pessoais.