A circulação rodoviária entre o centro e norte de Moçambique está mais complicada desde terça-feira, depois do desabamento da ponte sobre o rio Namilate, que faz fronteira entre os distritos do Ile e Mocuba, devido à pressão das águas resultantes das chuvas intensas que se registam naquela região.
As chuvas contínuas que se registam na província central da Zambézia contribuem para a subida do caudal de muitos rios que atravessam aquela parcela do país.
Como exemplo, o jornal Notícias escreve que pelo menos onze rodovias que atravessam os rios Licungo e Zambeze estão com o tráfego condicionado.
Com efeito, o rio Licungo registou um pico de cerca de 6.500 metros cúbicos por segundo, na passada segunda-feira, cujo impacto se faz sentir nas zonas baixas, sobretudo nos distritos de Maganja da Costa e Namacurra.
O desabamento da ponte de betão do rio Namilate complica, cada vez mais, o tráfego rodoviário entre o centro e norte do país, mais concretamente entre os distritos das províncias da Zambézia e de Nampula, exceptuando Alto Molócuè. Segundo o matutino, com o desabamento da ponte registam-se, naquele ponto do país, enormes filas de camiões.
Este cenário desolador poderá prolongar-se visto que o Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) prevê a continuação de aguaceiros ou chuvas muito fortes na região centro e norte do país podendo atingir mais de 75 milímetros em 24 horas, acompanhadas de trovoadas e ventos moderados até 70 quilómetros por hora até quinta-feira da semana corrente.
Em Nampula estão em risco os distritos de Nacala -Velha, Nacala Porto, Ilha de Moçambique, Monjincual, Angoche, Mogovolas, Meconta, Mossuril, Moma e cidade de Nampula, enquanto em Niassa estão listados os distritos de Sanga, Lago, Ngauma, Cuamba, Mecanhelas, Mandimba e cidade de Lichinga; Mutarrara, Macanga, Chifunde, Tsangano, Chiuta e Moatize, em Tete.
Por sua vez , a Direcção Nacional de Águas (DNA) informou na terça-feira que cenário idêntico é vivido na bacia hidrográfica do rio Lúrio, cujo escoamento estão a condicionar a transitabilidade entre Lichinga-Cuamba, Cuamba-Nampula e Cuamba-Guruè.
No distrito de Maganja da Costa estão afectados pela subida dos níveis do Licungo os povoados de Nante, Vila Valdez, Yassopa, Munda-Munda e Ntabo e Furquia, Mbaua, Muebele e Malei, em Namacurra.
Enquanto isso, 27 pessoas são dadas como desaparecidas no município de Mocuba, província da Zambézia, na sequência das cheias provocadas pelos grandes volumes de água que estão a ser drenados pelo rio Licungo.