Os reclusos detidos no Comando da Polícia da República de Moçambique (PRM) na cidade de Maputo recusaram-se na tarde desta segunda-feira a regressar às celas após o habitual banho de sol, em protesto às más condições de reclusão a que estão sujeitos. A súbita recusa criou uma enorme confusão que a Polícia foi abrigada a disparar, criando pânico nas imediações.
A Polícia da República de Moçambique, através do seu porta-voz, veio a público, esta terça-feira, dizer que houve uma manifestação de reclusos, que logo após o término do banho de sol recusaram-se a voltar às celas, reivindicando melhores condições de reclusão.
O porta-voz do Comando Geral da Polícia, Pedro Cossa, disse à Imprensa que o alvoroço havido nesta segunda-feira e que desestabilizou o Comando da cidade por cerca de duas horas foi protagonizado por sete reclusos desarmados.
Cossa explicou aos jornalistas que os reclusos recusaram-se a voltar às suas celas, o que criou desentendimento completo com os agentes que estavam de serviço.
“Depois do banho solar, sete prisioneiros desacataram a ordem de condução às celas, o que obrigou os agentes a dispararem gás lacrimogéneo e balas de borracha.”
O porta-voz da PRM avançou que os reclusos reclamavam por melhores condições, o que levanta a ideia de que os mesmos vivem em condições desumanas e que são vítimas de maus tratos por parte da Polícia.
“Não houve troca de tiros, os reclusos não estavam armados. A Polícia é que usou balas de borracha para os que se mostraram mais violentos”, adiantando ainda que “os reclusos reclamavam melhores condições e disseram que preferiam estar encarcerados na Cadeia de Máxima Segurança, vulgo BO.”
Sobre as prováveis vítimas desta agitação a Polícia diz que apenas houve “danificação de alguns meios de vigilância entre outros móveis”, concluiu Pedro Cossa.