Sociedade Meio Ambiente Mudança de abordagem pode reduzir pobreza

Mudança de abordagem pode reduzir pobreza

A posição é do pesquisador David Satterthwaite, do Grupo de Assentamentos Humanos do Instituto Internacional do Meio Ambiente e Desenvolvimento (IIED), que falava durante uma conferência havida em Junho na Alemanha.

Na sua intervenção, Satterthwaite contou a história de dois fundos considerados inovadores que permitiram as comunidades de baixa renda de mais de 200 cidades africanas e asiáticas construir e melhorarem as suas casas bem como os seus serviços de água, saneamento, entre outros.

“São casos excepcionais de sucesso, que deviam ser replicados e aumentados massivamente se os doadores mudarem a forma como operam”, indica o comunicado de imprensa do IIED recebido pela AIM.

De acordo com a fonte, hoje os bancos internacionais de desenvolvimento providenciam 125 biliões de dólares norte-americanos por ano em ajuda a governos nacionais de África, Ásia e América Latina.

Contudo, para o pesquisador do IIED, enquanto justificam a sua ajuda com imagens de comunidades pobres, raramente consultarem essas comunidades sobre a ajuda a providenciar e porque nem os projectos financiados respondem a pobreza urbana o resultado se traduz em projectos mal concebidos que falham em responder as necessidades locais.

Segundo Satterthwaite, o outro problema reside no facto de as agências doadoras não terem sido concebidas para trabalhar a nível local, onde existem os problemas. Para poupar os custos com pessoal, os doadores preferem financiar poucos projectos de grade escala em detrimento de muitos projectos pequenos.

Para isso, a fonte sugere uma outra abordagem. Ele descreve como o Fundo Internacional para a Pobreza Urbana e a Coligação Asiática para a Acção Comunitária (ACCA) foram criadas para apoiar os residentes de favelas e palhotas para conduzirem o seu próprio desenvolvimento, com o financiamento e seu uso responsável.

Recomendado para si:  Rede criminosa em Tete detida por roubo e comércio ilegal de fármacos do SNS

O Fundo Internacional para a Pobreza Urbana é gerido pela “Slum/Shack Dwellers International”, uma rede de mais de 30 federações de residentes de favelas e palhotas.

A organização já apoiou mais de 200 mil famílias a construir ou melhorar as suas casas e a obter direitos de uso de terra para os seus terrenos e centenas para as suas iniciativas. A ACCA já financiou mais de mil iniciativas comunitárias em 168 cidades.

Os dois projectos têm impacto no funcionamento dos governos das cidades, empregando pessoas de comunidades de renda baixa a elevar mais os seus fundos e a trabalharem em parceria com as autoridades no desenvolvimento dos seus assentamentos e melhorar os seus padrões de vida.

Existem agora mais de cem memorandos de entendimento formais entre as federações e governos locais. Devido à ACCA existem agora cem fundos baseados nas cidades que juntam poupadores de assentamentos informais e fazem a co-gestão com governos municipais.

Satterthwaite afirma que os fundos alcançaram todos esses resultados com apenas 35 milhões de dólares, uma pequena soma quando partilhada por muitos países, cidades e comunidades.

“Imagine se apenas um por cento da ajuda – um bilião de dólares – fosse gasto dessa maneira”, diz o pesquisador, acrescentando que “poderíamos realmente transformar as nossas cidades”.

Noticias