Sociedade Rota Patrice Lumumba/Nkobe: “Chapas” paralisam actividade

Rota Patrice Lumumba/Nkobe: “Chapas” paralisam actividade

A interrupção, ocorrida às primeiras horas da manhã, acabou transtornando os munícipes que dependem daquele meio para fazer a ligação entre os dois bairros, passando por diferentes pontos do posto administrativo da Machava.

Os operadores concentraram as suas viaturas no Terminal da Machava KM-15, exigindo explicação à União dos Transportadores Semicolectivosde Passageiros de Maputo (UTRAMAP) e à da vereação dos Transportes do Município da Matola sobre o que consideram de desmandos e falta de fiscalização de viaturas não lincenciadas fora das horas de pico.

“Não estamos a dizer que eles não devem trabalhar, mas o facto é que isto está a tornar-se numa desordem onde cada um pode fazer “chapa” sem pagar as devidas taxas à UTRAMAP e ao município. Até carros de outras rotas quando entendem vêm a Nkobe para daqui carregarem para para Coca-Cola ou mesmo Machava Socimol, o que não é justo”, lamentou Eduardo Mandlate.

Alarico Alexandre, outro automobilista da rota, defende a necessidade de se parar com os desmandos e com os esquemas ilícitos de suborno aos agentes da Polícia Municipal, estes últimos que deviam velar pelos desvios e encurtamento de rotas.

“O problema é que eles não pagam nenhuma taxa, para além de ‘refresco’ (suborno) à Polícia e aos fiscais da associação, enquanto nós não encurtamos as rotas e pagamos muito dinheiro”, explicou Alarico.

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Entretanto, a UTRAMAP reuniu-se ainda na manhã de ontem com os transportadores semicolectivos para que pusessem fim à paralisação e buscar uma solução para o problema, já que centenas de pessoas ficaram sem ser transportadas aos seus destinos.

Neemias Matsinhe, gestor da rota afecto à UTRAMAP, avançou ao “Notícias” que foi de consenso entre as partes envolvidas o banimentos dos “chapas” não licenciados fora das horas de ponta e que as viaturas de outras rotas deviam observar os seus destinos quando chegarem a Nkobe.

“Vimos que, de facto, os “chapas” que partem da Junta, Baixa ou mesmo Xipamanine para Socimol e depois para Nkobe, chegados ao terminal, devem no mínimo regressar a estes destinos, ao invés de terminar na Coca-Cola ou Socimol, e nós já havíamos apelado aos não licenciados para legalizarem a sua situação”, disse.

Nos bairros afectados foi notório o impacto da paralisação. Utentes dos “chapas” caminhavam para os pontos mais próximos para tomar outros “chapas” com vista a seguirem para os seus postos de trabalho, escolas ou outros destinos, e outros ainda optavam por permanecer horas nas paragens à espera do “chapa”.

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