A Companhia de Desenvolvimento do Porto de Maputo (MPDC), concessionária do porto, já está a negociar com o município da Matola, a obtenção de espaço para implantar o empreendimento, segundo informação tornada pública terça-feira em Maputo, pelo presidente do Conselho de Administração daquela firma, Osório Lucas.
Intervindo na gala por ocasião dos 110 anos do porto e dez de concessão daquela infra-estrutura ao MPDC, Osório Lucas explicou que o parque em causa não só vai oferecer espaço para o estacionamento de camiões com carga destinada ao Porto de Maputo, como também vai permitir que pequenas e médias empresas nacionais possam lá se implantar para fornecer variados serviços de apoio aos camionistas.
Aliás, segundo Osório Lucas, o desenvolvimento que se regista nos últimos anos no Porto de Maputo, é resultado não só dos investimentos realizados ao abrigo do contrato de concessão, mas também da parceria do sector privado que vai participando com um cada vez maior número de nacionais nos negócios do porto.
O aumento das importações e exportações dos países vizinhos através do Porto de Maputo tem resultado num aumento exponencial do tráfego rodoviário, particularmente na N4, principal via de acesso rodoviário ao porto. Ainda devido ao aumento dos volumes de carga destinada ao porto, associado à insuficiência de meios circulantes operados pelas companhias transportadoras, a via ferroviária também não tem conseguido dar resposta à altura da demanda, acabando por remeter às estradas, parte da carga que devia ser transportada em comboios.
Presentemente, segundo a fonte, o Porto de Maputo faz hoje 41 por cento de carga rodoviária, sendo que um equilíbrio entre as rodovias e ferrovias pressupõe a realização de grandes investimentos nas linhas férreas, um exercício que já está a ser feito com envolvimento não só do MPDC como também das três companhias ferroviárias de Moçambique (CFM), da África do Sul (Transnet) e da Suazilândia, a (Swazi Rail).
“O esforço empreendido ao longo dos dez anos da concessão reflecte-se, por exemplo, no crescimento dos volumes de carga manuseada em mais de 200 por cento cumulativos. Em 2012 atingiu-se o máximo histórico de 15 milhões de toneladas manuseadas, números que, para nós, representam o desafio de fazer mais e melhor. É por isso que estamos a investir na construção de novas infra-estruturas, nomeadamente o novo terminal de carga a granel, os novos silos de cereais e o terminal intermodal, neste último caso em busca de uma maior flexibilização na importação e exportação de carga contentorizada”, disse.
Entre os grandes projectos em curso no porto, o PCA do MPDC referiu-se à conclusão, este ano, de uma das fases importantes da expansão do Terminal de Carvão da Matola, que passará dos actuais seis milhões para 7.2 milhões de toneladas de capacidade instalada. O caminho, segundo ele, é atingir as 30 milhões de toneladas.