Sociedade Meio Ambiente Devido às cheias: HCB com perdas de 21 milhões USD

Devido às cheias: HCB com perdas de 21 milhões USD

A nossa Reportagem esteve semana finda em Pafuri, distrito de Chicualacuala, e testemunhou os esforços em curso visando a reposição do fornecimento da energia que deve acontecer o mais tardar até quarta-feira.

Com a queda de uma das torres da linha um a transmissão da energia para a África do Sul está a ser feita, desde então, a 65 por cento da capacidade com recurso à linha dois que, nas cheias deste ano, não foi afectada.

Moisés Machava, director da Engenharia e Manutenção na Hidroeléctrica de Cahora Bassa, que levou a nossa Reportagem até ao local dos factos, explicou que a interrupção do fornecimento dos 35 por cento de energia à ESKOM, na África do Sul, significa prejuízos diários na ordem de 300 mil dólares.

A solução encontrada, segundo Machava, consiste em não usar a torre destruída por enquanto porque a reposição do fornecimento de energia levaria mais tempo.

Neste sentido, foram reparadas e reforçadas as duas torres adjacentes, nomeadamente a 2056 e 2054, afectadas com a queda da torre 2055 e aplicado um cabo com as especificações ACCC Lisbon, menos pesado que o ACSR Zambeze, em uso no transporte de energia para a RAS.

Com a retirada da torre que tombou a distância entre as duas torres, passa para 812 metros e não 406 normais, sendo por isso coberta com condutores menos pesados para manter as distâncias de segurança quando a linha estiver a funcionar.

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A solução de engenharia passou ainda por estender este novo cabo por uma distância de seis quilómetros (cada linha é composta por quatro fios condutores e mais um cabo de guarda que também serve para as comunicações).

“Até próxima semana (esta semana) teremos restabelecida a ligação. O empreiteiro tem estado a corresponder. Fizemos um desafio e mobilizamos empresas e pessoas especializadas em linhas de transmissão e negociamos para restabelecer a linha, o mais rápido possível. Em condições normais restabelecer a linha depois de uma ocorrência desta natureza leva tempo”, indicou o engenheiro Machava.

Aquando das cheias de 2000, em que as duas linhas ficaram paralisadas, a reposição da primeira com a solução provisória levou cinco meses. Alguns meses depois foi possível fazer a reposição da segunda linha porque ficou-se à espera que passasse a época das chuvas para fazer a intervenção.

“O desafio foi criar condições para iniciar as obras de intervenção mesmo antes de terminar a época das chuvas”, disse.

O empreiteiro foi mobilizado a partir da RAS e para a reposição da linha também se recorreu ao uso de helicópteros.

Para além desta intervenção, a HCB está a desenhar um projecto para melhor proteger as infra-estruturas de transmissão de energia que estará em sintonia com a possibilidade já avançada pelo Executivo de construção de barragens, incluindo no Limpopo.