As obras de edificação do sistema de abastecimento de água, num raio de cerca de 50 quilómetros, estão a ser financiadas pela empresa Hidroeléctrica de Cahora-Bassa (HCB), em parceria com as mineradoras JINDAL e ENRC que operam naqueles dois distritos, revelou, há dias, o Governador de Tete, Ratxide Gogo, durante a apresentação do seu informe aos membros da Assembleia Provincial.
A propósito, Ratxide Gogo considerou que o impacto da presença das grandes empresas que se encontram a operar na província de Tete, no âmbito do programa de carvão e de outros projectos já se faz sentir, o que se traduz na minimização dos vários problemas que afectam a população, particularmente das zonas rurais.
“Recentemente, a Ncondedzi Coal Company, uma empresa que está a pesquisar carvão na bacia carbonífera de Moatize, procedeu à entrega ao Governo de 10 furos de água acoplados de bombas manuais abertos em vários pontos daquele distrito”, disse o governador provincial.
O projecto agora em curso, o qual consiste na abertura de um canal de desvio do rio Zambeze a partir da albufeira de Cahora-Bassa, insere-se na implementação de um acordo de entendimento assinado nesse sentido entre a HCB e as mineradoras JINDAL e ENRC aquando das comemorações do 5º aniversário da reversão da barragem ao Estado moçambicano, em Novembro do ano passado.
O canal de desvio, de acordo com informações apuradas pela nossa Reportagem, levará a água a uma estação de tratamento e bombagem a ser edificada ao longo do percurso até ao depósito elevado de grande capacidade que será instalado no centro da vila de Chitima, sede distrital de Cahora Bassa.
“Esperamos que com o programa concluído, a população passe a consumir água potável e abandone de imediato os sistemas arcaicos e tradicionais para os quais actualmente recorre”, disse na circunstância o Presidente do Conselho de Administração da HCB, Paulo Muxlhanga.
Apontou que o projecto de abastecimento de água à sede distrital de Chitima, o qual vai contar com uma rede de fontanários públicos nos bairros e canalização domiciliária, abrangendo todas as comunidades por onde vai passar a conduta desde o rio, é o resultado de um estudo efectuado por técnicos da HCB nos últimos dois anos.
Com a implementação deste projecto, espera-se que a partir de Fevereiro do próximo ano seja definitivamente resolvido o crónico problema da falta de água potável em Chitima e arredores, uma situação que propiciava a eclosão de doenças diarreicas, incluindo a cólera.